Após encontro bilateral com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta segunda-feira, 17, em Bruxelas, na Bélgica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil está disposto a exercer o seu compromisso na questão climática. O brasileiro está na Europa para participar da cúpula de países da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e da União Europeia. Juntos, os blocos reúnem sessenta países.
“O Brasil vai cumprir com sua parte. É compromisso assumido, compromisso de fé. Queremos discutir com o mundo a preservação da floresta”, disse Lula após a reunião no Edifício Le Berlaymont, que ocorreu ainda na madrugada desta segunda, no horário de Brasília.
“O Brasil tem forte tendência em energia renovável. Temos um programa de transição energética que queremos compartilhar”, acrescentou o petista, que ainda fará sete reuniões bilaterais até voltar ao Brasil, na quarta-feira, 19.
No seu discurso de abertura, von der Leyen enfatizou a importância do acordo entre o Mercosul e a União Europeia para “conectar mais nossos povos e nossas empresas”.
“Sua presença é histórica. Precisamos de amigos nesta época ainda incerta. É um impacto positivo para nossas duas regiões. Queremos discutir como conectar mais nossos povos e nossas empresas. Tudo isso é possível se concluirmos acordo com o Mercosul. Queremos ser parceiros. Que possamos chegar a um acordo que beneficie a todos. A UE quer investir na América Latina e no Caribe, criar bons empregos. Queremos discutir como alcançar resultados”, afirmou.
O Brasil havia deixado a Celac durante a gestão de Jair Bolsonaro e voltou após a posse de Lula. O petista disse que está entusiasmado em participar da cúpula entre o grupo e a União Europeia.
“Nosso país ficou afastado e voltamos ao governo para recolar o Brasil no centro das discussões”, declarou.
Nesta segunda-feira, de acordo com o Palácio do Planalto, Lula também participa de um fórum empresarial com representantes dos dois continentes pela manhã e da sessão de abertura da cúpula à tarde. Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro avalia que a cúpula pode dar “impulso” às relações bilaterais entre os países.
No comando do Mercosul, Lula foi convidado a participar da cúpula pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que preside o bloco europeu. Os dois têm discutido os detalhes finais de um acordo comercial entre os blocos.
Ao assumir o bloco sul-americano, no início do mês, o presidente chegou a sugerir que o Mercosul poderia “roubar a cena” da cúpula para negociar termos do acordo.
Parte já foi concluída em 2019. No entanto, neste ano os europeus enviaram uma carta adicional ao Mercosul, que prevê sanções em questões ambientais — mobilização liderada pela França.
O teor do documento foi classificado por Lula como “ameaça”, e o governo brasileiro anunciou que trabalhava em uma resposta.