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Lula diz que Mercosul vai preparar resposta para ‘ameaças’ da UE

O petista, que assume a presidência rotativa do bloco sul-americano, afirmou que 'não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca'

Por Da Redação
Atualizado em 4 jul 2023, 11h43 - Publicado em 4 jul 2023, 10h16

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 4, que o Mercosul está preparando uma resposta para o que o petista caracterizou como “ameaças” da União Europeia à conclusão do acordo comercial entre os dois blocos.

Os europeus criaram uma série de condições aos membros do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – em uma carta anexa ao texto do acordo, que seriam cruciais para a finalização do processo. O presidente brasileiro, que assume a liderança rotativa do grupo sul-americano nesta terça-feira, afirmou que não vai aceitar “imposições” e disse que “não quer uma política em que eles ganhem e a gente perca”.

“Estamos agora preparando outra resposta, porque vamos a Bruxelas discutir com a União Europeia e os países da América Latina, e precisamos ter uma resposta do que nós queremos pra consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha, a gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca”, afirmou durante o programa Conversa com o Presidente.

O Brasil vai chefiar o Mercosul pelos próximos seis meses, e essa resposta ao bloco europeu deve ser discutida na cúpula entre os chefes de Estado de seus membros nesta terça-feira.

Lula pretende assumir o protagonismo nas negociações. Durante seu programa na TV Brasil, ele expressou o desejo de “fazer uma presidência exemplar”.

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“Quero me dedicar para que, nesses seis meses, a gente possa, inclusive, concluir o acordo com a União Europeia e começar a pensar em outras coisas”, disse.

Negociado desde 1999, o acordo teve a parte comercial finalizada em 2019, durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), e está em fase de revisão pelos países dos dois blocos. No governo brasileiro anterior, o pacto ficou travado devido a preocupações da União Europeia com as políticas ambientais bolsonaristas.

Neste ano, o bloco europeu apresentou um documento adicional ao Mercosul, que prevê sanções caso os países-membros do grupo sul-americano não cumpram as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris, em 2015. Lula chamou o teor do documento de “ameaça”.

O petista se comprometeu a finalizar o pacto entre os blocos até o final deste ano. Em junho, durante visita a Brasília, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também defendeu conclusão do acordo no mesmo prazo.

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