A nova defesa do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud, da J&F, afirmou neste domingo que o questionamento da delação, por parte da Procuradoria-Geral da República, gera “insegurança global para todos os delatores”.
Em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida de Castro, o Kakay, diz que Joesley e Saud “agiram com lealdade” e que “não pode o Dr. [Rodrigo] Janot [da PGR] agir com falta de lealdade e insinuar que o acordo de delação foi descumprido”.
Joesley e Saud se entregaram à Polícia Federal, em São Paulo, no começo da tarde deste domingo, horas após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinar a prisão temporária dos dois, a pedido de Janot.
Leia a íntegra da nota de Kakay:
“Assumi a defesa do Joesley e do Ricardo perante o STF, juntamente com os demais advogados que já atuavam na causa, para tratar deste episódio da prisão e para atuar junto ao Supremo Tribunal Federal. Entendo que os delatores, ao assinarem a delação, cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto. Não pode o Dr. Janot agir com falta de lealdade e insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levara à descrença e à falta de credibilidade do instituto da delação. Sempre ressalto a importância deste instituto, mas é necessário que seja revisto o seu uso. A proposta de quebra unilateral, sem motivo, por parte do estado, no caso representado pelo Procurador-Geral, gera uma insegurança geral para todos os delatores. Meus clientes agiram com lealdade e continuam à disposição do Poder Judiciário ressaltando a confiança no Supremo Tribunal Federal.”