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Líderes estrangeiros condenam invasão ao Congresso, Planalto e STF

Presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que governo brasileiro terá 'todo o nosso respaldo perante este covarde ataque à democracia'

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jan 2023, 20h26 - Publicado em 8 jan 2023, 17h12
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  • Líderes e entidades estrangeiros se manifestaram neste domingo, 8, após milhares de manifestantes bolsonaristas invadirem e atacarem os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

    Em uma dura condenação ao “atentado à democracia e à transferência pacífica de poder”, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçou que “as instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada”.

    Já o secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também condenando os atos antidemocráticos.

    “Condenamos estes ataques à Presidência, ao Congresso e ao Supremo Tribunal do Brasil hoje. Usar violência para atacar instituições democráticas é sempre inaceitável. Nos juntamos a @lulaoficial em instar um fim imediato a estas ações”, escreveu o secretário americano, marcando a conta oficial de Lula no Twitter.

    O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que o governo brasileiro terá “todo o nosso respaldo perante este covarde ataque à democracia”. O mandatário também compartilhou uma postagem de sua chanceler, Antonia Urrejola, que afirma que o Chile “rechaça a inaceitável ação antidemocrática que agride os Três Poderes do Estado do Brasil”.

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    O presidente argentino, Alberto Fernández, destacou que “aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria e ameaçam a democracia merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional”.

    “Como presidente da Celac e do Mercosul, alerto os países membros para que nos unamos nessa inaceitável reação antidemocrática que tenta se impor no Brasil”, escreveu, citando o comando da Argentina na Presidência rotativa da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos. 

    Já o presidente colombiano, Gustavo Petro, citou nominalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem expressou “toda sua solidariedade”.

    “O fascismo decide dar um golpe. É hora urgente de uma reunião da OEA, se ela quiser continuar vivendo como instituição e aplicar a carta democrática”, escreveu no Twitter.

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    Em tom similar, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que “a vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas”, e que “o presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França”.

    Também nas redes sociais, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, condenou “o ataque às instituições em Brasília”, que tratam-se de atos de “natureza fascista”.

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    O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, disse acompanhar com “grande preocupação os atos antidemocráticos e as ações violentas na Praça dos Três Poderes”, e demonstrou “todo o nosso apoio às instituições brasileiras”.

    O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, demonstrou “todo o seu apoio ao presidente Lula e às instituições livre e democraticamente eleitas pelo povo brasileiro”.

    “Condenamos veementemente o assalto ao Congresso brasileiro e pedimos o retorno imediato à normalidade democrática”, disse.

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    Já o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, classificou como “condenável e antidemocrática a tentativa de golpe dos conservadores no Brasil, incentivados pelas lideranças do poder oligárquico, seus porta-voz e fanáticos”.

    “Lula não está sozinho, tem apoio das forças progressistas de seu país, do México, do continente americano e do mundo”, disse. 

    A Invasão

    Parte do grupo contrário à vitória de Lula, que tomou posse há uma semana, saiu do acampamento montado há quase dois meses diante do quartel-general do Exército, na capital federal, rumo à Esplanada dos Ministérios e furou bloqueios policiais.

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    Pouco antes das 16h, policiais tentaram dispersar o grupo com o auxílio da cavalaria.

    As ações estão sendo transmitidas ao vivo nas redes sociais e no YouTube. Os vídeos mostram a depredação de uma viatura da Polícia Legislativa. Os manifestantes não se intimidaram com bombas de efeito moral, lançadas por volta das 14h40. Agentes da Força Nacional, convocada neste sábado em resposta à mobilização para os atos pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tentaram conter o ataque.

    Após tomar a rampa e cúpula externa do Congresso, o grupo migrou em direção ao Palácio do Planalto e para o STF, na Praça dos Três Poderes. Os manifestantes conseguiram entrar na área da sede do Executivo e tentam avançar na parte interna do prédio.

    Em imagens que mostram a ação do grupo antidemocrático no Palácio do Planalto, é possível ver que objetos foram depredados. Mangueiras de incêndio foram desenroladas, mesas de vidro e cadeiras foram quebradas, vidraças foram danificadas e gavetas foram reviradas.

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