O ministro da Justiça, Flávio Dino, terá que ser muito mais diligente que Cristiano Zanin para conseguir aprovar sua indicação para o Supremo Tribunal Federal.
Mesmo tendo mandato na Casa – de onde se licenciou para ocupar a pasta no primeiro escalão de Lula – Dino encontrará uma oposição bem mais organizada do que há cinco meses.
Lideranças do Senado garantem que hoje, em qualquer matéria, a oposição arranca com 38 votos. É um número robusto e que pode, sim, vir a atrapalhar o primeiro ex-governador que tentará sentar numa cadeira no STF.
Flávio Dino terá que conseguir, por exemplo, os votos dos “famosos” cinco senadores independentes da atual legislatura que pendem ora para o governo ora para a oposição.
Como se sabe, a direita conservadora se tornou bem mais organizada no Senado após a ex-presidente do STF Rosa Weber pautar uma série de matérias progressistas, como processos sobre drogas e aborto.
Outro fator que preocupa a base do governo é o fato de Flávio Dino ter provocado a oposição de forma incisiva – e às vezes até grosseira – em várias comissões do Congresso Nacional.
Cristiano Zanin, que teve o nome aprovado antes da reorganização da oposição em Junho, tinha uma carreira de advogado e sempre foi mais discreto que Dino – um político, ex-governador e que está sempre no embate da arena política.
Os perfis dos dois indicados de Lula-3 são bem diferentes. E isso deve se refletir no placar da votação, seja na Comissão de Constituição e Justiça, seja no plenário – no dia 13 de dezembro.