O Procurador-geral da República, Augusto Aras, mudou, mas nem tanto. Depois que esta coluna mostrou que o PGR tomou duas decisões contrárias ao governo de forma surpreendente, Aras voltou a ignorar os absurdos cometidos por Bolsonaro.
No fim da última semana, o PGR disse que os ataques que o presidente faz às urnas eletrônicas são uma “retórica política”. Aras esquece que Bolsonaro coloca em dúvida a lisura do processo eleitoral, que instiga seus seguidores a pensarem da mesma forma e que não tem nenhuma prova das inverdades que diz. Isso não é retórica política. Isso é crime.
Essa postura de capacho do presidente precisa mudar. Aras “sentou em cima” do relatório final da CPI da Pandemia que mostrou, de forma clara, a responsabilidade de Jair Bolsonaro no atraso da compra das vacinas contra a Covid.
Em vez de fazer o seu trabalho, Aras serve como mais um fantoche nas mãos do presidente. A esperança de que ele tivesse mudado depois de decidir pela abertura de inquérito contra o presidente no STF e pela denúncia contra o ministro da Educação minguou. Aras volta a fazer o papel que ninguém espera que ele faça.