Faltando 10 dias para o fim do ano e com milhões de brasileiros ainda sofrendo as consequências econômicas da pandemia da Covid-19, o Congresso Nacional aprovou o aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dos parlamentares, do presidente da República e do vice e de outras categorias do funcionalismo público.
Esse é um daqueles momentos em que dá vergonha de ser brasileiro.
Enquanto as atenções estavam voltadas para a PEC da Transição, que vai socorrer os mais pobres com o Bolsa Família de R$ 600, os parlamentares aprovaram aumentos de salários que causam um impacto orçamentário de pelo menos R$ 2,5 bilhões.
Ao apagar das luzes – na última semana de trabalho do ano – os congressistas ainda encontraram tempo para aumentar salários que já são altíssimos e completamente distantes da realidade da maior parte dos brasileiros.
Tanto os ministros como os parlamentares já têm uma série de benefícios e penduricalhos adicionados às suas remunerações, mas não parecem satisfeitos com todo esse arcabouço de “mimos”.
Com a aprovação das propostas, todo o alto escalão do poder público passa a receber R$ 46,4 mil mensais.
É lamentável que parlamentares tenham passado uma proposta dessas nos últimos dias do ano. Essa é uma prova de que é preciso mudar radicalmente estruturas políticas no país para alcançar alguma igualdade social. Enquanto a maioria dos brasileiros quase não teve aumento real no salário em quatro anos, os deputados acham tudo bem “assaltar” ainda mais os cofres públicos.