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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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As teses de Bolsonaro para rebater acusação de tramar golpe de estado

Ex-presidente diz que só pensou em ações dentro das 'quatro linhas', cita perseguição por 'crime de opinião' e volta a criticar urnas eletrônicas

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2024, 11h34 - Publicado em 26 nov 2024, 11h01
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  • Falando pela primeira vez à imprensa após ser indiciado pela Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter planejado um golpe de estado após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022 e associou as investigações contra ele a uma “perseguição política” em razão de suas críticas às urnas eletrônicas.

    O ex-presidente enumerou alguns pontos em sua defesa. No principal deles, negou ter participado de qualquer discussão sobre golpe de estado e disse que sempre defendeu aos seus interlocutores que só adotaria medidas que estivessem dentro da lei. “A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário”, afirmou em entrevista coletiva na noite de segunda-feira, 25. Ele admitiu ter discutido a possibilidade de decretar estado de sítio no Brasil durante seu governo, mas acrescentou que “descartou-se” a ideia após avaliar que seria inviável “dentro das quatro linhas da Constituição”.

    Também ressaltou que o plano de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que, segundo a PF, mobilizou alguns de seus mais próximos auxiliares nunca se materializou e, por isso, não pode ser considerado crime — mesma tese que seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), já havia defendido. O ex-mandatário do Planalto insinuou que o caso “foi jogado” contra ele para enquadrá-lo na Justiça. “Não cola isso daí. No meu entender, nada foi iniciado. Não podemos começar agora a querer punir um crime de opinião“, declarou Bolsonaro.

    O ex-presidente rechaçou, ainda, a viabilidade de um golpe de estado com “general da reserva e mais meia dúzia de oficiais” — referindo-se aos militares acusados pela PF de arquitetar a tomada de poder e o assassinato de Lula. “Golpe de estado tem que ter a participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe”, declarou. A lista de indiciados pela polícia inclui 25 militares da ativa e da reserva, além de três generais que atuaram como ministros no governo Bolsonaro e do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL), atual deputado federal pelo Rio de Janeiro.

    “Dia seguinte”

    Bolsonaro reforçou que falar em golpe é uma “loucura” e que a hipótese traria graves repercussões internacionais contra o Brasil. “Vamos supor até que eu fizesse essa loucura. Como é que fica o Brasil no dia seguinte? O mundo levantaria barreiras contra a gente, vira um inferno aqui”, afirmou.

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    O ex-presidente disparou, ainda, críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam ataques contra a democracia em seu governo. “A mesma pessoa faz tudo e, no final, vota para condenar quem quer que seja”, criticou Bolsonaro, alegando que o ministro conduz os processos de forma “leviana”.

    Voto impresso

    Questionado sobre ataques à segurança das urnas eletrônicas que resultaram na sua inelegibilidade, Bolsonaro pontuou que é defensor do voto impresso desde 2012, ainda enquanto parlamentar. “Vários parlamentares apresentaram emendas [sobre voto impresso]. Tornar alguém inelegível porque critica o sistema eleitoral não tem cabimento, parece que aqui é a Suíça”, declarou.

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