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Coronavírus: A imunidade da humanidade!

O combate ao vírus inicia-se com um sistema imunológico "em dia". Alimentação equilibrada, sono regular e atividade física são essenciais

Por Eduardo Rauen
Atualizado em 14 abr 2020, 14h52 - Publicado em 14 abr 2020, 14h26
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  • Em tempos de pandemia do novo coronavírus ou Covid-19, muitos assuntos vêm sendo colocados em pauta na mídia e em especial nas redes sociais. Os temas são os mais variados, inclusive alguns têm virado memes na internet, como as dietas de “engorda” em tempos de quarentena com a restrição de saídas das residências.

    O que muito tem se falado nesse período é o fato de que o confinamento se resume em acordar, comer e dormir. Como sabemos, praticamente todos os estados brasileiros decretaram a chamada “quarentena” que previa a redução da mobilidade social, funcionando somente os chamados serviços essenciais. Isso fez com que escolas fechassem, clubes, academias, restaurantes etc.

    Muitas pessoas com medo de circular pela cidade e eventualmente serem contaminadas e levar o vírus para dentro de seu lar, simplesmente fecharam-se entre quatro paredes, decretando o “ninguém entra e ninguém sai”, considerando o apelo do #FiqueEmCasa. E isso fez com que muitas pessoas mudassem totalmente a sua rotina, em especial, a dos filhos, da comida e do exercício físico.

    Encurtou-se a distância entre o quarto e a cozinha! Esse trajeto passou a ser o mais concorrido dentro de casa. A cozinha ficou muito mais interessante do que nunca. Isso porque os medos, incertezas, angústias, nervosismo, preocupação e todos aqueles sentimentos dos mais variados possíveis tomaram o lugar do foco, da disciplina, da rotina, da vida normal.

    Esse novo vírus chegou ao Brasil em fevereiro de 2020 e passadas algumas semanas foi possível entender como ele se comporta; assim como, entender quais os sintomas da doença, os grupos de risco, quais os cuidados que devemos ter. Enfim, muitas coisas foram possíveis entender, porém, nem tudo ainda está bem definido.

    Pois bem! Enquanto os cientistas procuram descobrir uma vacina ou um remédio capaz de curar ou amenizar os efeitos devastadores da Covid-19, muitas pessoas relatam a grande dificuldade que está sendo a mudança da rotina, em especial com a alimentação e o exercício físico.

    Grupos de risco

    Sabemos que além da idade acima de 60 anos, pessoas com algumas comorbidades também fazem parte do grupo de risco, como pacientes hipertensos, com problemas cardíacos, diabetes tipo 1 e 2, doenças cardiopulmonares, imunossuprimidos e pacientes obesos, dentre outros. Isso mesmo, o paciente obeso faz parte do grupo de risco e, portanto, merece muita atenção nessa fase de isolamento e possível descuido com a alimentação.

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    Falamos incansavelmente que a mudança de hábito é a premissa para uma qualidade de vida e diminuição de doenças. A obesidade é um fator de risco para uma série de doenças, como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares, além de aumento de alguns tipos de câncer. Então, quando falamos que a obesidade é uma doença crônica e deve ser tratada com muita atenção, isso deve ser levado muito a sério não só pela população em geral mas pelo sistema de saúde como um todo.

    Para aqueles que enfrentam essa batalha diária e sem um prazo certo para acabar, saiba que a alimentação equilibrada e o exercício físico regular nesse momento são os pontos chaves para a manutenção da saúde e da imunidade. Quando o sistema imune é exposto a um determinado patógeno, células chamadas linfócitos B o reconhecem e induzem a produção de anticorpos, complexos moleculares que atacam os invasores.

    Como manter o sistema imunológico “em dia”

    O combate ao vírus inicia-se com um sistema imunológico “em dia”, ou seja, pronto para impedir que a presença do vírus se alastre e tome conta do organismo a ponto de deixá-lo incapaz de reagir ou reagir de forma ineficaz. Sendo assim, nesse momento de pandemia, não é hora de realizarmos dietas muito restritivas, ou seja, dietas com muito pouca caloria, nem a retirada de grupos alimentares, porque essa atitude pode ocasionar uma queda no sistema imune. O correto nessa hora é a alimentação equilibrada.

    Muito se fala em repor vitaminas para “melhorar” o sistema imunológico, e também como forma de prevenção da infecção pelo vírus. Importante ressaltar que tomar vitaminas não diminui a chance de infecção. O que se sabe é que pacientes com vitaminas abaixo do normal podem ter uma resposta imunológica diminuída. Por isso, nada de sair tomando vitaminas por aí sem o acompanhamento de um profissional de saúde.

    Além disso, a prática de exercício físico melhora o sistema imunológico. Contudo, como qualquer substância, o que diferencia o remédio do veneno, é a dose. Sendo assim, nesse momento não é recomendado exercício físico extenuante, e sim exercícios de leve a moderado, evitando assim, que haja uma queda da imunidade.

    Podemos sim nos exercitar dentro de nossas casas, com simples abdominais, agachamentos e flexão de braço. Os exercícios ao ar livre também são recomendados, em especial para que haja a exposição ao sol. Contudo, em locais onde o governo decretou a quarentena, recomenda-se evitar possíveis aglomerações em locais públicos como praças e parques.

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    Outra questão de suma importância para a manutenção da saúde é o gerenciamento do stress e o sono adequado. Digamos que gerenciar o stress nesse momento é um dos maiores desafios, porque os sentimentos de incerteza, preocupação, insegurança e futuro incerto estão à flor da pele, causando, inclusive, a perda do sono, consolo através dos alimentos, desânimo levando ao sedentarismo, desmoronando os pilares para uma vida saudável e desequilibrando também o sistema imunológico.

    As medidas eficazes no combate ao coronavírus são os cuidados com a higiene pessoal como lavar as mãos, usar álcool em gel, ao tossir e espirrar cobrir com a mão ou braço, manter distância segura entre as pessoas, evitar aglomerações e também o cuidado especial aos pacientes do grupo de risco, os quais são mais vulneráveis para essa infecção.

    Manter a saúde plena ajuda na pronta resposta imunológica. Porém, certamente o mais importante de tudo, enquanto aguardamos uma vacina, um remédio, é o que nós, como indivíduo, de forma singular, podemos fazer para que o coletivo seja protegido. Nessa hora, o espírito de solidariedade, de bom senso, de empatia ajuda e muito no combate ao inimigo invisível.

    Eduardo Rauen
    (VEJA/VEJA)

     

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