Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

PT de Lula se une ao PL de Bolsonaro para endurecer a lei penal

Partido do governo se aliou ao adversário pela segunda vez em uma semana. Agora, para desmontar lei de direitos humanos promovida pelo ministro da Justiça

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 nov 2024, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Efeito das urnas: o Partido dos Trabalhadores mudou de posição e resolveu se unir à bancada de extrema-direita na Câmara, capitaneada pelo Partido Liberal, para endurecer ainda mais a legislação penal.

    Nesta segunda-feira (4/11) ajudou a aprovar uma proposta de urgência na votação do desmonte da legislação penal que instituiu a audiência de custódia de presos, iniciativa que o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski costuma classificar como sua principal realização no período em que presidiu o Supremo Tribunal Federal (2014 a 2016).

    Audiência de custódia é requisito da legislação internacional sobre direitos humanos. Faz parte do direito processual penal: acusados têm direito a audiência com um juiz que avalia eventuais ilegalidades na prisão – tortura, por exemplo.

    A decisão do PT abriu caminho para que o projeto do PL eja aprovado ainda nesta semana. Ele torna obrigatória a decretação de prisão preventiva na audiência de custódia em casos de crimes hediondos, roubo, associação criminosa qualificada e quando comprovada a reincidência criminal.

    A mudança de rumo do PT, comandando partidos satélites, surpreendeu deputados: “É a primeira vez, nesses cinco a seis anos de Câmara dos Deputados que tenho, que vejo o Partido dos Trabalhadores votando para endurecer a legislação penal, processual penal e a Lei de Execuções Penais”, celebrou o relator do projeto, Kim Kataguiri, eleito pelo Novo em São Paulo.

    Continua após a publicidade

    Acrescentou, em tom sarcástico: “Eu acho que o recado dessas eleições municipais foi tão forte de que o discurso da esquerda, de vitimismo em relação ao criminoso, de vitimismo em relação ao bandido, não funcionou, por isso que até o Partido dos Trabalhadores decidiu votar essa matéria. E vejam, acabamos de sair de uma eleição municipal. Quando apresentei e aprovei neste plenário o projeto de lei que previa aumento de pena para furto, roubo e receptação, o PT e o PSol votaram contrariamente.”

    O Psol ficou isolado. Henrique Vieira, do Rio, argumentou: “A extrema direita ganha politicamente com o medo, com o pânico e com o sofrimento das pessoas, por conta da insegurança neste País. A atual lógica da segurança pública, que é de responsabilidade prioritária dos governos estaduais, é uma lógica da letalidade, do encarceramento, do tiroteio a qualquer custo.”

    Completou: “Respostas fáceis, respostas burras para problemas complexos não estão resolvendo a vida das pessoas. Quando se trata de segurança pública, um botão é apertado no cérebro do extremista de direita, e tudo se resume a mais punição, mais punição, mais punição, sem que isso demonstre qualquer efeito positivo na vida das pessoas. A audiência de custódia é um mecanismo que não defende bandidagem, é um mecanismo justo e democrático que inclusive pode impedir prisões ilegais ou garantir que a prisão devida seja devidamente feita.”

    Continua após a publicidade

    PT e PL costumam se apresentar em polos diametralmente opostos, à esquerda e à direita, e, com frequência colidem em embates de retórica raivosa. Mas, pela segunda vez em uma semana, demonstraram união de propósitos – somam 160 votos no plenário da Câmara (70 do PT e 90 do PL).

    Logo depois das eleições municipais, os partidos de Lula e de Jair Bolsonaro se aliaram na pretensão de eleger o deputado Hugo Mota, do Republicanos da Paraíba, no comando da Casa em fevereiro. Há pelo menos dois outros candidatos na disputa, Elmar Nascimento, do União Brasil, e Antonio Brito, do PSD.

    Essa aliança PT-PT foi patrocinada por Arthur Lira, presidente da Câmara. O acordo prevê para os dois partidos fatias maiores das emendas parlamentares ao Orçamento, cargos na Mesa Diretora e no comando de comissões legislativas. Para o PT, haveria ainda uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas da União, com salário-base de 42 mil mensais. A indicação já está em disputa entre a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o líder na Câmara, Odair Cunha.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.