A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) enviou nesta quarta-feira ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de reconsideração para que ele assegure que o depoimento do peemedebista à Polícia Federal seja realizado somente após concluída a perícia sobre a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Em petição anterior, os advogados já haviam solicitado a suspensão da tentativa da PF de ouvir o presidente, investigado na Corte após ter sido citado nos depoimentos de delação premiada de executivos do grupo JBS.
Os advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo de Mendonça de Alvarenga voltaram a sustentar que Temer não pode prestar depoimento porque ainda não está pronta a perícia conduzida própria PF no áudio no qual Joesley gravou uma conversa com o presidente no Palácio do Jaburu.
Na terça-feira, Fachin autorizou a PF a enviar perguntas por escrito ao presidente, que deve respondê-las no prazo de 24 horas após o recebimento. Caso o ministro não determine que se aguarde a perícia antes do depoimento, a defesa pediu, então, que ele determine aos policiais que não façam perguntas ligadas ao conteúdo do áudio, cuja validade é questionada por Temer.
“Além de insanáveis ilicitudes formais, que serão apontadas oportunamente, já se mostrou que o próprio conteúdo da prova arquitetada pelo citado empresário foi evidentemente adulterado”, reiteraram os advogados de Temer, em relação a supostos cortes e edições na gravação.
“Contudo, é de fácil percepção a absoluta impossibilidade de o Presidente da República fornecer respostas enquanto não finalizada a perícia. Especialmente, impossíveis de ser respondidos seriam eventuais quesitos que digam respeito a uma gravação que, de antemão, já se sabe fraudada!”, diz a peça.
O áudio da conversa tem cerca de 40 minutos. Na gravação, Temer e Batista conversam sobre o cenário político e econômico e também acerca da situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Lava Jato.
(Com Agência Brasil)