O Conselho de Administração Corporativo da Comissão Europeia decidiu suspender o uso do aplicativo TikTok em seus dispositivos corporativos e nos de seus funcionários que usam aparelhos pessoais em serviço. A justificativa do corpo consultivo é se proteger contra ameaças e ataques cibernéticos. O prazo para a remoção é o dia 15 de março. Segundo o organismo, outras plataformas de mídia social também serão mantidos sob revisão constante.
Em nota, a Comissão Europeia disse que a medida está de acordo com as rígidas políticas internas de segurança cibernética para o uso de dispositivos móveis em comunicações relacionadas ao trabalho. “A Comissão está empenhada em garantir que o seu pessoal está bem protegido contra o aumento das ciberameaças e dos incidentes”, está escrito no texto. “É, portanto, nosso dever responder o mais cedo possível a potenciais alertas cibernéticos.”
“A Comissão Europeia é uma instituição e, como tal, tem um forte foco na proteção da segurança informática, e é por isso que tomamos essa decisão”, disse o comissário de Mercado Interno da UE, Thierry Breton. “Estamos muito atentos para proteger nossos dados.” Por meio de um porta-voz, o TikTok disse ter ficado “desapontado” com o veto de Bruxelas, que a rede social definiu como “equivocado e baseado em conceitos fundamentalmente errados”.
Propriedade da empresa chinesa ByteDance, o TikTok é uma plataforma de mídia social que permite aos usuários criar e compartilhar vídeos de curta duração — em geral, de 15 a 60 segundos. Mesmo assim, Giacomo Lev Mannheimer, gerente de relações institucionais da rede social no sul da Europa, negou laços com a China e criticou a decisão, em entrevista à agência Ansa: “Somos uma plataforma global, o TikTok não está presente na China, nossos dados não estão na China, a gestão não está na China. Os investidores não são chineses e sempre declaramos publicamente que o governo chinês nunca nos pediu acesso aos dados e, se pedisse, não daríamos a eles”.
Segundo Lev Mannheimer, “os dados dos usuários europeus do Tiktok estão em um data center nos Estados Unidos e em um data center de backup em Cingapura. Eles não são armazenados nem na China nem em outro lugar”. O aplicativo já está banido de dispositivos do governo federal dos Estados Unidos por suspeita de que as autoridades da China tenham acesso aos dados coletados pela rede social.