A perda de 45 kg da cantora britânica Adele voltou aos holofotes nos últimos dias após sua declaração ao jornal Daily Mail de que fãs se sentiram traídos pela mudança por terem entendido como um sinal de que ela cedeu às pressões dos padrões estéticos. “Eu fiz isso no silêncio para mim”, afirmou. Desde sua aparição mais magra em maio de 2020, tabloides e sites especializados em celebridades apontam a dieta sirtfood como a responsável pela redução de peso – algo que a cantora nega.
A proposta da dieta é estimular a liberação de sirtuínas, proteínas que atuam na regulação do envelhecimento e na longevidade celular. O cardápio inclui suco detox, chocolate amargo, gengibre, couve, frutas vermelhas, oleaginosas e permite até vinho. No entanto, o “segredo” por trás da possibilidade de emagrecimento está na baixa ingestão de calorias, de acordo com o nutricionista Fabrício Ribeiro, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
“Ela funciona em duas etapas. A primeira dura sete dias e também é dividida em duas fases: nos três primeiros dias, é limitada a mil calorias por dia com duas refeições de suco detox e uma com proteínas mais magras. Nos outros quatro dias, são quatro refeições e passa para 1,5 mil calorias por dia. Então, tem uma redução de calorias muito grande e a pessoa come muito pouco.” Segundo Ribeiro, o consumo diário de calorias considera aspectos individuais, mas um adulto saudável consome, em suas refeições, uma média de 1,8 mil a 2 mil calorias.
A segunda etapa dura 14 dias e consiste na manutenção do peso com o consumo de alimentos saudáveis. “O que traz o resultado em curto prazo é a restrição calórica, mas não leva a perder 45 kg, porque pode levar a uma perda de 7 kg nos primeiros sete dias.”
O nutricionista afirma que, apesar de ser amplamente divulgada, a dieta não é recomendada por não levar à manutenção do hábito de ter uma alimentação equilibrada. “As pessoas não conseguem cumprir em longo prazo. Então, perdem 2 kg de forma aguda e, depois, ganham 4 kg.” Ele alerta ainda para os riscos dos processos de restrição alimentar. “Pode reduzir o metabolismo, gerar compulsão alimentar, causar queda de cabelo e deixar as unhas mais fracas.”
Ribeiro recomenda que as pessoas interessadas em emagrecer busquem auxílio especializado para individualizar a prescrição e ter um cronograma de atividade física e hábitos saudáveis. Assim, é possível manter os resultados e evitar o “efeito sanfona”.