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Como as redes sociais passaram a influenciar a alimentação do brasileiro

Pesquisa sobre percepções e temáticas de alimentos saudáveis no ambiente digital mostra que país reduziu carne e busca opções mais naturais

Por Diego Alejandro
Atualizado em 8 dez 2023, 15h40 - Publicado em 7 dez 2023, 19h16
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  • Apesar da alimentação dos brasileiros ter uma base saudável, o consumo de produtos ultraprocessados aumentou e muito. Já o clássico arroz e feijão está em queda. Essas informações são do último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feito entre 2017 e 2018. Para atualizar esses dados, porém, foi lançada a pesquisa “Panorama Alimentação Saudável no Brasil”, que mapeou percepções e tendências sobre hábitos alimentares saudáveis no ambiente digital brasileiro e como as redes sociais influenciam a nosssa alimentação. 

    A metodologia empregada envolveu desk research, utilizando portais de economia, relatórios de players do setor e outros medidores como fontes. O Buzzmonitor Trends, por exemplo, destacou que influenciadores tendem a integrar produtos e parcerias com marcas em suas narrativas, enquanto especialistas de saúde promovem debates mais profundos. 

    Já o Google Trends revelou buscas específicas, de pratos para dietas restritivas até produtos vegetarianos e receitas para ocasiões especiais. “É uma ótima ferramenta para mapear e entender comportamentos, porque é um rastro que o usuário interessado por esse tema deixa, visível e passível de análise por nós”, explica Breno Soutto, Head de Insights do Elife Group e responsável pelo estudo.

    No TikTok, a geração Z demonstra interesse por uma alimentação mais natural, preferindo vídeos que mostram rotinas e tutoriais. A plataforma também serviu como espaço para compartilhar receitas e destacar a rotina de influencers que buscam soluções para adequar suas dietas.

    Positivo x Negativo

    Apesar de seu potencial para o bem, a mídia social apresenta desvantagens e tendências negativas. Evidências de 50 estudos em 17 países indicam que o uso das redes sociais leva a preocupações com a imagem corporal, distúrbios e desordens alimentares, além de problemas de saúde mental por meio de comparativos sociais, ideal de magreza e auto-objetificação.

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    Mas nem sempre é o conteúdo das redes sociais que pode ser prejudicial aos hábitos alimentares. A simples prática de rolar a tela já é prejudicial já que faz com que a pessoa se distraia durante a refeição e, consequentemente, coma demais. Outra pesquisa de 2020, também aponta que esse tipo de distração faz com que o alimento não seja devidamente aproveitado e desfrutado, comprometendo a qualidade da refeição.

    Onda verde

    No lado positivo, o levantamento trouxe dados interessantes sobre o consumo de alimentos. O principal mostra que 67% dos brasileiros reduziu o consumo de carne, motivados principalmente pela busca por uma saúde melhor. “Certos nichos da população têm buscado opções diferentes das tradicionais”, afirma Soutto.

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    “Grandes corporações como a Nestlé comprando a Mãe Terra, a Coca-Cola comprando a Do Bem, para ter esses produtos com uma cara mais saudável em seus portfólios evidencia essa tendência. A gente vai ver isso também com grandes marcas que sempre se dedicaram a produtos de carne, lançando linhas veganas”, completa.

    Em 2023, aproximadamente 20% da população diz se considerar vegetariana. Essas mudanças de hábitos resultaram em impactos econômicos notáveis, impulsionados pela pandemia, com as vendas de alimentos saudáveis atingindo a marca de R$ 100 bilhões em 2020.

    O setor plant-based também experimentou um crescimento expressivo, faturando R$ 821 milhões em 2022, um aumento de 42% em relação ao ano anterior. Categorias em destaque incluem alimentos naturais, com 79% de preferência, seguidos por produtos com menor teor de gordura (75%), menor teor de açúcar (70%) e produtos sem aditivos (69%).

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    O Google Trends forneceu insights valiosos sobre as buscas relacionadas à alimentação saudável ao longo dos anos. Termos como “saudável”, “vegano”, “vegetariano”, “sem açúcar” e “sem glúten” mostraram aumento de interesse, sendo o veganismo destacado como 3.8 vezes mais buscado do que o vegetarianismo.

    O TikTok, por sua vez, trouxe a tendência das frutas como destaque nas hashtags, refletindo a preferência por alimentos naturais. Receitas saudáveis também ganharam espaço na plataforma, principalmente para lanches e café da manhã.

    Analisando a repercussão em redes sociais por meio do Buzzmonitor Trends, identificou-se que temas como notícias, frases reflexivas, parcerias, dicas alimentares e receitas saudáveis são recorrentes nos posts de maior engajamento. O público feminino dominou as postagens sobre vida saudável, representando 55,7% do total.

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