Pouco mais de dois dias depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto, o petista receberá seu vice, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba para discutir os próximos passos da chapa petista nas eleições de 2018.
O partido deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter Lula na disputa, mas o “sinal amarelo” está aceso, já que o TSE deu apenas dez dias ao partido para substituir o ex-presidente. Se, até lá, o ex-presidente não obtiver uma liminar, a legenda terá de decidir se promove Haddad ao posto de candidato ou se assume o risco de ficar de fora da eleição.
O PT conseguiu uma vitória na sexta-feira, durante o julgamento na Justiça Eleitoral, para se manter no horário eleitoral de rádio e televisão divulgando o ex-prefeito como uma espécie de “vice avulso”. Pela decisão da Corte, o partido não pode, enquanto isso, divulgar Lula como candidato. O ex-presidente está limitado a aparições na TV na condição de “apoiador”, ocupando um máximo de 25% do tempo do partido e sem pedir votos para si mesmo.
Quando o recurso chegar ao STF, baseado no argumento de que o petista ainda pode recorrer às cortes superiores e que ele possui uma liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que obrigaria o Brasil a permiti-lo como candidato. A questão mais decisiva, segundo pessoas que atuam na Corte, diz respeito ao sorteio do relator.
Dos onze ministros, a presidente, Cármen Lúcia, e os três que atuaram no julgamento do TSE (Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber) não podem, pelo entendimento de especialistas, assumir a função. Entre os demais, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski são considerados os que têm mais chances de conceder uma liminar que permita a Lula fazer campanha.
Porto Alegre
À tarde, Haddad vai a Porto Alegre cumprir agenda ao lado da sua possível futura vice, Manuela D’Ávila (PCdoB). Ele e Manuela concederão uma coletiva ao lado de Miguel Rossetto, candidato petista ao governo do Rio Grande do Sul, quando deve ser anunciados os planos do partido para os próximos dias.
Depois, os petistas realizarão um ato no centro histórico da capital gaúcha e um jantar “suprapartidário” pela libertação do ex-presidente Lula, ao lado de lideranças políticas de outros partidos de esquerda. O candidato a vice na chapa do PT deve permanecer no estado até terça-feira.