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Gilmar Mendes suspende depoimento de Aécio à PF

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu ao pedido do senador tucano que pedia para ser ouvido após ter acesso aos outros depoimentos

Por Da redação
Atualizado em 26 abr 2017, 14h49 - Publicado em 26 abr 2017, 12h13
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  • O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), adiou para a próxima semana o depoimento do senador Aécio Neves (PSDB) à Polícia Federal (PF). Em decisão desta terça-feira, o ministro atendeu a um requerimento do próprio Aécio que pedia para ser ouvido após sua defesa ter acesso aos depoimentos das outras testemunhas.

    O senador tucano é investigado por um suposto esquema de corrupção em Furnas que envolvia também o PP. O ex-senador Delcídio do Amaral apontou, em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, Aécio como destinatário de propina em um esquema de corrupção envolvendo a hidrelétrica. Delcídio não citou valores que teriam sido repassados ao senador tucano, mas disse que o então diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, que ocupava o cargo apoiado pelo PP e por Aécio, tinha um “vínculo muito forte” com o senador do PSDB.

    Em sua decisão, Mendes defere o pedido do senador. “Ante o exposto, defiro o requerimento do investigado Aécio Neves da Cunha, para determinar que a autoridade policial junte aos autos todos os depoimentos de testemunhas já colhidos, franqueando acesso à defesa, e suspenda o interrogatório do requerente, por pelo menos 48 horas, contados da juntada.”

    Delcídio também revelou que “Dimas operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves, assim como também o PP, através de José Janene”. Outro delator da Lava Jato a implicar o presidente do PSDB em suposta corrupção em Furnas é Alberto Youssef. O doleiro afirma que Aécio recebia, por intermédio de sua irmã Andrea Neves, valores mensais.

    Em junho de 2016, Mendes autorizou a continuidade das investigações que haviam sido suspensas em maio daquele ano pelo próprio ministro que pediu à Procuradoria Geral da República justificativas para dar continuidade ao caso.

    Segundo o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende Aécio, o adiamento tem por objetivo permitir ao senador “ter acesso à íntegra dos documentos que fazem parte do inquérito, como determina a lei e, em especial, a súmula 14 do Supremo Tribunal Federal”. “Desde o ano passado, o senador tem se colocado à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários a provar a absoluta correção de todos os seu atos”, afirmou.

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