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Ex-procurador Marcelo Miller presta depoimento à PGR no Rio

Ele falará no procedimento que apura irregularidades na delação premiada da JBS e que pode levar à revogação de benefícios aos delatores

Por Da redação
Atualizado em 8 set 2017, 16h22 - Publicado em 8 set 2017, 14h39
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  • O advogado e ex-procurador da República Marcelo Miller prestará depoimento nesta sexta-feira no procedimento aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar irregularidades nas delações premiadas de executivos do Gruppo J&F e que pode levar à revogação da imunidade penal aos delatores. A oitiva de Miller está marcada para as 15h30, na sede da Procuradoria Regional da República(PRR) no Rio de Janeiro.

    As delações passaram a ser questionadas no início da semana, quando a PGR tomou conhecimento de uma gravação de uma conversa entre Joesley Batista, um dos sócios da J&F, e o diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud. No áudio, com duração de 4 horas, ambos falam sobre a participação de Marcelo Miller nas tratativas que levaram ao acordo de delação premiada. Após a assinatura do acordo, o ex-procurador foi contratado pelo escritório de advocacia Trench, Rossi  & Watanabe, que atuou no acordo de leniência do grupo.

    Joesley, Saud e o diretor jurídico da empresa, Francisco de Assis e Silva, prestaram depoimentos à PGR ontem, em Brasília. O empresário declarou na oitiva que Miller não o orientou a fazer a gravação da conversa com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, em março, maior trunfo da delação premiada da JBS.

    Ele admitiu, contudo, que conheceu o ex-procurador antes da exoneração dele do Ministério Público Federal, oficializada em abril, e que conversou superficialmente com Miller sobre o acordo de delação dos executivos de sua empresa. Conforme o delator, Marcelo Miller se apresentou a ele como advogado e disse que já havia pedido para deixar o MPF, mas não participou do acordo, nem mesmo depois de deixar o cargo público. Joesley também minimizou as menções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no áudio.

    O advogado do ex-procurador, André Perecmanis, acredita que o esclarecimento dele ao MPF será breve e que não deve ser necessário o agendamento de novas sessões.

    (com Estadão Conteúdo)

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