A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge afirmou nesta quarta-feira, 30, que a simples menção ao presidente Jair Bolsonaro no curso das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco devem fazer com que o processo seja levado ao Supremo Tribunal Federal.
“Toda vez que a alguma autoridade com foro é referida, ainda que não haja nenhuma evidência contra ela, os casos costumam ser remetidos para o foro competente. Acredito que isso deve acontecer nesse caso”, disse Dodge após dar uma palestra no evento Estadão Summit Brasil, na Zona Sul de São Paulo.
Um pouco antes de deixar a chefia do Ministério Público Federal, em setembro, Dodge denunciou o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão por tentar atrapalhar as investigações do crime e abriu um inquérito contra ele pela suspeita de ser o mandante do atentado que matou a vereadora e o seu motorista Anderson Gomes, em março do ano passado.
Segundo Dodge, o inquérito contra Brazão não é contraditório com outra investigação conduzida pela Polícia Civil e o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, que aponta os ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Queiroz como os executores do crime. “Nāo acredito que sejam colidentes. Podem ser até complementares”, afirmou Dodge.