O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na noite desta terça-feira 21, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no Palácio do Alvorada. Em nota, o Palácio do Planalto informou que o encontro ocorreu a pedido de Bolsonaro, para discutir questões da “conjuntura atual”.
“Sou grato ao Presidente do Supremo quando aceitou, a meu convite, se dirigir ao Alvorada onde discutimos questões da conjuntura atual. A harmonia reina entre nós na busca de soluções dos problemas nacionais, entre eles a Nova Previdência” diz o chefe do Executivo em nota.
O encontro ocorre a cinco dias de manifestações de apoio ao governo marcadas para o próximo domingo, 26. Um dos alvos dos atos convocados pelas redes sociais de bolsonaristas é o próprio Supremo, além do Congresso.
Mensagem compartilhada na semana passada por Bolsonaro em grupos de WhatsApp deu incentivo às mobilizações em defesa do presidente e contra os demais Poderes. O texto dizia que o presidente é alvo de “conchavos” e pressões de todos as partes, de todos os Poderes, que tornam o país “ingovernável”.
A mensagem compartilhada pelo presidente fazia menção direta ao Supremo ao afirmar que “as lagostas do STF e os espumantes com quatro prêmios internacionais são só a face gourmet do nosso absolutismo orçamentário”, referindo-se ao edital do STF que prevê comprar refeições com a iguaria.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou na noite desta terça-feira que Bolsonaro não endossa esse tipo de pauta defendido nas redes sociais.
“O governo é democrático e entende a cooperação dos três Poderes para a elevação do nosso País”, afirmou Rêgo Barros, dizendo também que não há participação do governo nos atos, e que eles não devem ser “contra grupos ou instituições”. “Presidente gostaria de declarar que as manifestações têm sempre caráter livre e espontâneo, especialmente essa que estamos tratando, que deve ser pacífica, não sendo contra grupos ou instituições”, disse.
Apesar de afirmar que acredita ser fundamental a participação da sociedade em decisões políticas, o chefe do Executivo avalia que não é adequado mesclar a sua posição com os atos programados, comunicou Rêgo Barros, confirmando a não participação de Bolsonaro nas manifestações. “Deixar claro o entendimento da importância, mas não quer colocar-se diretamente nesse contexto” disse o porta-voz.
(Com Estadão Conteúdo)