A primeira-ministra britânica, Theresa May, recebeu resposta positiva dos líderes da União Europeia a seu pedido de nova extensão do prazo de aprovação de um plano de saída do Reino Unido pelo Parlamento do país. May havia solicitado adiamento até o final do ano. Conseguiu 31 de outubro como novo limite.
O prazo atual venceria na sexta-feira, 12. O anterior, adiado pelos europeus, teria vencido em 29 de março e fora definido há três anos. Com a medida, May poderá regressar a Londres com uma vitória. Mas, com base nas últimas semanas de debate no Parlamento britânico, não terá ainda a garantia de conseguir um acordo aprovado sobre uma saída menos dolorosa do Reino Unido da União Europeia.
A decisão foi confirmada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em mensagem pelo Twitter. Mas Tusk não se refere, na nota, à exigência europeia de revisão da cooperação britânica em junho. Se reprovado, o Brexit será antecipado para o dia 30 de junho.
O acordo que May levará para Londres prevê que os britânicos terão de participar das eleições de 23 a 26 de maio para o Parlamento Europeu – algo que já estava fora dos planos do continente e da ilha. A primeira-ministro preferia ter evitado essa condição, que somente poderá ser contornada se Parlamento britânico se adiantar aos novos prazos e fechar um plano de saída antes
Essa alternativa parece remota. O Parlamento britânico rejeitou três vezes o acordo fechado por May com a União Europeia e não conseguiu ainda maioria em torno de qualquer outro plano. Os parlamentares não querem a saída do Reino Unido sem um acordo, tampouco aceitam a realização de um segundo referendo sobre o Brexit até o momento. A pressão popular por uma nova consulta tem aumentado.
A indefinição do Parlamento britânico causou irritação e cansaço nos membros da União Europeia, para os quais a melhor opção seria a renúncia, por Londres, de seu projeto de retirar-se do bloco.