Não é pequeno o desafio do novo primeiro-ministro da Alemanha, o homem designado a substituir Angela Merkel, chanceler durante dezesseis anos e respeitadíssima entre seus pares. O escolhido, o social-democrata Olaf Scholz (à esq.), recebeu a tradicional carta de indicação das mãos do presidente, Frank-Walter Steinmeier, na quarta-feira 8, em uma cerimônia no Palácio de Bellevue, em Berlim. Deu-se, então, o início de uma nova era. “Eu disse sim”, tuitou o advogado de 63 anos laconicamente. Na posse, ele fez questão de deixar de fora do juramento a que todos os chefes de Estado são submetidos o trecho em que se pede ajuda a Deus para governar. Mas, se pensasse um pouquinho mais, talvez fosse o caso, sim, de pedir socorro. Ex-ministro das Finanças, Scholz assume em momento de crise, com a quarta onda da pandemia castigando o país. Mas ele já fez milagres antes de ocupar o posto: foi escolhido a partir de uma inédita aliança de seu partido, o PSD, com os Verdes e o Liberal. Distribuiu o gabinete igualmente entre homens e mulheres e fez questão de pôr gente jovem para trabalhar.A idade média de seus dezesseis ministros e ministras é de 50,4 anos — menor do que as médias de todos os inícios de legislatura de Merkel. Ah, como está preocupado com o tempo em que vive, com olhar para a juventude, anunciou ter imensa atenção com o aquecimento global, contra o qual investirá muito dinheiro. O que isso significa para o Brasil? Mais pressão contra o governo de Bolsonaro na lida com os cuidados ambientais.
Publicado em VEJA de 15 de dezembro de 2021, edição nº 2768