A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta quarta-feira, 4, um novo pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia. A sexta rodada da guerra econômica é a mais dura até agora e inclui a proibição total das importações de petróleo russo e restrições contra suspeitos de crimes de guerra.
Von der Leyen disse que o pacote visa maximizar a pressão sobre a Rússia e minimizar os danos à Europa. Segundo ela, o petróleo bruto russo deve ser eliminado em seis meses e os militares envolvidos em supostos crimes de guerra em Bucha e Mariupol também enfrentarão novas sanções.
“Isso envia outro sinal importante a todos os participantes da guerra do Kremlin. Sabemos quem vocês são e todos serão responsabilizados”, disse von der Leyen ao Parlamento Europeu nesta quarta-feira.
A União Europeia negocia há semanas como se livrar do petróleo e do gás russos. O bloco já se comprometeu a reduzir as importações de gás em dois terços até o final de 2022, mas agora planeja eliminar gradualmente o petróleo bruto em seis meses e os produtos refinados até o final de 2022.
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A Eslováquia e a Hungria, que atualmente dependem do petróleo russo, teriam mais um ano para encontrar fornecedores alternativos. Um porta-voz do governo húngaro disse que ainda não viu planos ou garantias para uma transição.
“Putin deve pagar um preço alto por sua agressão brutal”, disse von der Leyen.
O pacote ainda precisa ser aprovado pelos embaixadores da União Europeia e deve ser assinado nos próximos dias.
Outras medidas incluem a desconexão de mais três bancos russos do sistema de mensagens de pagamentos internacionais Swift: o Sberbank, o maior banco da Rússia, o Credit Bank of Moscow e o Russian Agricultural Bank. Três grandes emissoras estatais – descritas por von der Leyen como “porta-vozes que amplificam as mentiras de Putin – devem ser totalmente cortadas da União Europeia.
Ao menos 58 russos enfrentarão sanções, incluindo aqueles que von der Leyen disse ter cometido crimes de guerra em Bucha e conduzido o cerco de Mariupol. Estariam namira o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca Kirill, assim como a família do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Além disso, a Europa também deve ajudar a financiar a recuperação da Ucrânia. Von der Leyen afirmou que o bloco deseja que “a Ucrânia vença esta guerra, mas também queremos estabelecer as condições para o sucesso da Ucrânia após a guerra.”
Em um movimento separado, a União Europeia também prometeu aumentar a ajuda militar à vizinha Moldávia, que está sob ameaça de soldados russos na região separatista da Transnístriaa. Há temores de que a guerra se espalhe para o país.
Relatórios recentes da inteligência ucraniana sugeriram que a Rússia poderia atacar a Moldávia para tentar fortalecer sua ofensiva no sudoeste da Ucrânia.