A União Europeia anunciou nesta sexta-feira, 20, que fará um empréstimo à Ucrânia no valor de 35 bilhões de euros (cerca de R$ 212 bilhões, na cotação atual) para ajudar a reconstruir sua infraestrutura e economia destruídas pela guerra.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, divulgou a medida em uma publicação no X, antigo Twitter, em meio à sua visita a Kiev. Segundo ela, a iniciativa marca “outra grande contribuição da União Europeia” para a recuperação ucraniana.
“Ataques russos implacáveis significam que a Ucrânia precisa de apoio contínuo da União Europeia”, escreveu ela, acrescentando que o empréstimo era parte de uma “promessa do G7”.
Promessa cumprida
Em junho, o G7, grupo que reúne as sete maiores economias do mundo, concordou em emprestar coletivamente cerca de US$ 50 bilhões (R$ 271,1 bilhões) à Ucrânia, com o apoio dos lucros de ativos russos congelados em bancos no exterior.
Uma série de nações ocidentais congelou ativos da Rússia em contas bancárias localizadas na Europa e nos Estados Unidos como parte de uma onda de sanções promulgadas após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Em entrevista coletiva ao lado de von der Leyen, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugeriu que poderia usar o empréstimo multibilionário para defesa aérea, infraestruturas de energia e compras de armas nacionais.
Inverno na esquina
A visita de Von der Leyen a Kiev ocorre na reta final antes do inverno no Hemisfério Norte, momento em que, desde o início da guerra, a Ucrânia costuma sofrer dobrado. Os bombardeios da Rússia direcionados à infraestrutura energética do país se intensificaram nos últimos meses, como ocorreu no mesmo período em 2022 e 2023, deixando partes do país no escuro e reduzindo a capacidade de abastecimento.
Na quinta-feira 19, a Agência Internacional de Energia afirmou que o próximo inverno será o “teste mais severo até agora” para o sistema energético da Ucrânia. Um relatório publicado pelo órgão ligado às Nações Unidas afirmou que, se a situação seguir no ritmo atual, a capacidade de fornecimento de energia do país no inverno só suprirá um terço da demanda total, deixando quase 70% da população vulnerável.