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UE abrirá escritório em Caracas e enviará 5 milhões de euros em ajuda

Assembleia Nacional coordena a entrada de doações pelas fronteiras com o Brasil e a Colômbia, apesar da proibição do regime de Maduro

Por Da Redação
Atualizado em 5 fev 2019, 19h45 - Publicado em 5 fev 2019, 19h30
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  • A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira, 5, a abertura de um escritório humanitário em Caracas para atender às necessidades dos afetados pela crise na Venezuela. Órgão executivo da União Europeia (UE), a comissão também prometeu o envio de 5 milhões de euros em ajuda emergencial ao país.

    “Ajudar as pessoas em necessidade é uma prioridade para nosso bloco”, disse Margaritis Schinas, porta-voz da Presidência da Comissão.

    A ajuda humanitária incluirá cuidados de saúde de emergência, educação, acesso a água potável e saneamento, bem como as necessidades de proteção, abrigo, alimentação e nutrição.

    Com o montante anunciado hoje, a União Europeia totaliza 39 milhões de euros enviados à Venezuela desde o ano passado em auxílio para atenuar os efeitos da crise de desabastecimento de alimentos e remédios. Parte do dinheiro foi destinada à ajuda para os acampamentos de refugiados montados em diferentes países vizinhos da Venezuela.

    Para facilitar a distribuição dos itens por parceiros na Venezuela, especialmente as agências da ONU, o bloco tem a intenção de abrir uma unidade do Escritório Europeu de Ajuda Humanitária (Echo) na capital venezuelana. O órgão deve ficar na sede da representação diplomática que a UE já possui em Caracas.

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    Até então, a ajuda humanitária enviada pela UE à Venezuela era administrada pelas unidades do Echo em Manágua ou Bogotá. Os produtos também eram distribuídos via organizações não-governamentais e/ou agências das Nações Unidas.

    Fontes da União Europeia disseram que os agentes que trabalham na Venezuela relataram que o trabalho não tem sido fácil.

    Desafio a Maduro

    Com a oferta de ajuda vindo de diversos países, o opositor Juan Guaidó redobrará a sua pressão pela entrada de ajuda humanitária. Ele desafia o ditador Nicolás Maduro, que até agora vem fechando suas fronteiras para qualquer tipo de doação internacional.

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    Guaidó é presidente da Assembleia Nacional e se autoproclamou presidente da Venezuela no último dia 23. Sua posição foi apoiada por 40 países, entre os quais 19 da União Europeia, que consideraram ilegítimo o atual mandato de Maduro, iniciado em 10 de janeiro.

    Além da União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá ofereceram ajuda aos venezuelanos. Segundo Guaidó, haveria também pontos de coleta de ajuda humanitária no Brasil, na Colômbia e no Caribe.

    A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, informou nesta terça-feira que está coordenando a entrada do primeiro lote de ajuda humanitária no país, apesar da resistência de Maduro.

    “O Legislativo é um ente de canalização, de coordenação e de acompanhamento dessas doações de remédios e alimentos”, explicou em entrevista coletiva o deputado Miguel Pizarro, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Ajuda Humanitária.

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    Segundo o deputado, a Assembleia Nacional não entregará diretamente os produtos doados à população venezuelana, apenas coordenará que eles cheguem às ONGs que farão o serviço.

    “A ajuda humanitária não é uma esmola. É uma necessidade urgente do nosso país, de centenas de milhares de venezuelanos que não tem o que comer, não tem medicamentos”, afirmou Guaidó, pedindo que os agentes que protegem as fronteiras desobedeçam as ordens de Maduro.

    O primeiro lote de ajuda humanitária, segundo o líder opositor, foi comprado por empresas com capital venezuelano no exterior e pelos governos da Colômbia e dos Estados Unidos. Ainda falta transformar os recursos doados recentemente por Canadá e Alemanha em produtos que possam ser oferecidos à população local.

    Os remédios e alimentos serão armazenados em três centros, um deles na fronteira da Venezuela com a Colômbia e outro em Pacaraima, cidade que liga o Brasil ao país vizinho. Essa informação, no entanto, ainda não foi confirmada pelo governo de Jair Bolsonaro.

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    Um terceiro posto também será criado em um país que será anunciado nos próximos dias, segundo Pizarro.

    “O único embaraço para a entrada de ajuda humanitária é Nicolás Maduro no poder”, criticou o deputado

    ‘Show da ajuda’

    Os Estados Unidos, que não descartam uma ação armada na Venezuela, ofereceram uma ajuda inicial de 20 milhões de dólares. O Canadá ofereceu outros 40 milhões, uma “esmola”, segundo o governo venezuelano.

    Maduro acusa Washington – com o qual rompeu relações diplomáticas – de usar Guaidó como “fantoche” para derrubá-lo e se apropriar do petróleo venezuelano, e os países europeus de apoiar esses “planos golpistas”.

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    “Aqui na Venezuela não vai entrar ninguém, nem um soldado invasor. Nesta terra ninguém toca”, sentenciou o presidente socialista, que conta como aliados Rússia, China, Turquia e Irã.

    “Querem mandar dois caminhõezinhos com quatro panelas. A Venezuela não tem que mendigar a ninguém. Se querem ajudar, que acabem com o bloqueio e as sanções”, disse o presidente, assegurando que não permitirá que “humilhem” o país com o “show da ajuda humanitária”.

    (Com EFE e AFP)

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