Na segunda-feira, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, tentou amenizar o tom das declarações feitas por Angela Merkel sobre um possível fim da cooperação alemã com os Estados Unidos. Mas, nesta terça-feira, o presidente Donald Trump devolveu o golpe da chanceler. “Temos um enorme déficit comercial com a Alemanha, e eles ainda pagam bem menos do que deveriam à Otan e militares. Muito ruim para os EUA. Isso irá mudar”, escreveu Trump em mensagem no Twitter, ampliando as divergências entre os países aliados.
No domingo, a chanceler Angela Merkel questionou a confiabilidade da aliança com Estados Unidos e Inglaterra, ao dizer que a União Europeia não pode mais se apoiar nas duas nações.
“Os laços transatlânticos são de uma importância primordial para nós, mas na atual situação há ainda mais razões para tomarmos o destino em nossas mãos”, disse Merkel nesta terça-feira em uma entrevista coletiva. “A Europa deve ser um ator mais ativo nas questões internacionais, considero isso extremamente importante”, afirmou a chanceler.
Na segunda-feira, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, tentou colocar panos quentes na situação e assegurou que a cooperação com os países, especialmente na luta contra o terrorismo, será mantida e até mesmo aprofundada nos próximos anos. O ministro destacou que, para a Alemanha, o apoio dos Estados Unidos para a segurança internacional tem “importante significado” e se disse convencido de que essa parceria irá melhorar no curto e médio prazo.
Os esforços de Maizière se mostraram ineficientes logo após, quando outro ministro de Merkel, Sigmar Gabriel, das Relações Exteriores da Alemanha, afirmou que as ações de Donald Trump “enfraqueceram” o Ocidente e acusou o governo dos Estados Unidos de ir “contra os interesses da União Europeia”.
Donald Trump agravou a tensão com alguns membros da União Europeia quando, durante sua primeira viagem internacional na semana passada, rejeitou a pressão dos aliados do G7 para que respalde o acordo de Paris sobre o clima e criticou 23 dos 28 membros da Otan, incluindo a Alemanha, por “ainda não pagar o que deveria pagar” para financiar a aliança.