O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o governo britânico está “pronto” para transferir à Ucrânia todos os ativos congelados do banco central russo no país. Segundo o chanceler, isso se justificaria porque Moscou será forçado a pagar reparações a Kiev no final da guerra.
Cameron afirmou que os bens serviriam como garantia para o pagamento das reparações. O plano é mais radical do que as propostas discutidas na União Europeia, para que o governo ucraniano receba apenas os lucros provenientes dos ativos do banco central russo detidos no. O montante rende, anualmente, cerca de US$ 4 bilhões.
A União Europeia estima que há cerca de 260 bilhões de euros em ativos do Banco Central da Rússia congelados, sob a forma de títulos e dinheiro, nos países do G7, da União Europeia e na Austrália. Mais de dois terços do montante estão na UE.
Com ou sem apoio
“Pretendemos obter o máximo de unidade do G7 e da União Europeia nesta matéria, mas se não o conseguirmos, penso que teremos de avançar com aliados que queiram tomar esta ação”, disse Cameron.
O chanceler britânico afirmou não acreditar que o plano prejudicaria de forma alguma a reputação da cidade de Londres, importante centro financeiro global.
Segundo analistas, o fato de Cameron ter falado sobre o tema com tanta abertura sublinha que deve ter apoio político dos Estados Unidos – embora não da União Europeia.
O plano seria especialmente útil para a Ucrânia se o Congresso americano continuar a bloquear novos pacotes de ajuda militar a Kiev, dando um respiro para seu governo comprar armamentos e financiar o déficit fiscal.