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Muçulmanos de Mianmar exigem R$ 850 bi do Facebook por genocídio

Rohinghyas pedem 150 bilhões de dólares de idenização para a empresa por permitir a propagação do discurso de ódio e desinformações em sua plataforma

Por Da Redação Atualizado em 7 dez 2021, 12h50 - Publicado em 7 dez 2021, 12h01

Refugiados do povo rohingya em Mianmar entraram com um processo contra o Facebook no valor de 150 de bilhões de dólares, cerca de 850 bilhões de reais, nesta terça-feira, 7. 

O grupo étnico alegou que a rede social não fez o suficiente para conter o discurso de ódio em sua plataforma, estimulando a violência contra a minoria vulnerável.

A queixa, apresentada em um tribunal na Califórnia, Estados Unidos, diz que os algoritmos promovem a desinformação e o discurso extremo que se traduzem em violência no mundo real. 

“O Facebook é como um robô programado com a única missão de crescer. No entanto, esse crescimento, que é alimentado pelo ódio, divisão e desinformação, deixou centenas de milhares de vidas rohingya devastadas em seu rastro”, afirma o documento. 

O grupo de maioria muçulmana tem sido constantemente tratado com discriminação em Mianmar, vistos como intrusos mesmo tendo vivido no país por gerações.

Uma campanha apoiada pelos militares que, segundo as Nações Unidas, resultou em um genocídio, levou milhares de rohingyas a cruzarem a fronteira com o Bangladesh em 2017, onde vivem em amplos campos de refugiados desde então. 

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Os que optaram por ficar no país não têm cidadania e estão sujeitos à violência comunitária e discriminação oficial por parte dos militares que tomaram o poder em fevereiro. 

O documento oficial afirma que os algoritmos do Facebook levam usuários suscetíveis a ingressar em grupos cada vez mais extremos, situação que abre margem para exploração por parte de políticos e regimes autoritários.

Em 2018, investigadores da ONU já haviam apontado que o uso da rede social desempenhou papel fundamental na disseminação do ódio que alimentou a violência.

No mesmo ano, uma investigação da Reuters encontrou mais de 1.000 exemplos de postagens contendo ataques ao povo rohingya e a muçulmanos. 

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O Tribunal de Haia chegou a abrir um processo contra a plataforma para apurar as acusações e, em setembro, um juiz federal dos Estados Unidos ordenou que a empresa liberasse os registros de contas relacionados às publicações preconceituosas.

O Facebook já havia prometido um maior comprometimento em combater os discursos de ódio em Mianmar e até anunciou a contratação de dezenas de funcionários que falam a língua do país.

No entanto, inúmeras organizações de direitos humanos afirmam que os esforços não são suficientes. 

Críticos apontam que, mesmo quando alertada sobre os discursos de ódio e desinformações, a empresa deixa de agir, a exemplo do que ocorreu nas eleições americanas, quando acusações infundadas de fraude circularam livremente entre pessoas que pensam da mesma forma. 

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Em vazamento neste ano, informações apontam que a rede social sabia que seus algoritmos poderiam prejudicar grande parte de seus usuários, porém os executivos ignoraram os dados para focar no crescimento. 

De acordo com a lei dos Estados Unidos, o Facebook é amplamente isento da responsabilidade sobre o conteúdo postado por seus usuários.

A ação dos rohingya, no entanto, argumenta que a lei de Mianmar deve prevalecer sobre o caso. 

A pressão sobre a rede social não é novidade.

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Dentro do próprio Estados Unidos e também em países da Europa há uma forte pressão para que sejam reprimidas notícias falsas, principalmente relacionadas às eleições e à pandemia da Covid-19.

Como resposta, a empresa realizou parceria com uma série de empresas de mídia para verificar postagens online e remover eventuais informações que não sejam verdadeiras.

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