Após quatro meses de paralisação, as importações de petróleo bruto da Venezuela pela companhia indiana Reliance Industries serão retomadas até o final de outubro, supostamente sem infringir as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a ditadura de Nicolás Maduro.
A Reliance detém o maior complexo de refinação de petróleo no mundo, o Jamnager, no estado indiano de Gujarat. Sua capacidade de refino supera 660.000 barris por dia. Em março passado, quando Washington pressionou as empresas não americanas a cortar relações comerciais com os venezuelanos, a empresa tinha sido forçada a suspender suas importações desse país.
De acordo com um representante da companhia, a Índia estaria exportando à Venezuela combustíveis permitidos pelas sanções americanas, como o diesel. Isso permitiria a “retomada das importações de petróleo bruto”. A troca comercial seria “compatível com as sanções americanas porque importar petróleo bruto em troca de produtos autorizados é permitido”.
No total, as empresas da Índia compraram 22% do petróleo venezuelano em 2017, atrás dos Estados Unidos (41%) e da China (25%), segundo a agência de energia americana. Em setembro, de acordo com dados da PDVSA, a estatal petrolífera da Venezuela, sua produção foi de 749.000 barris por dia, quase um quinto a menos do que no mês anterior.
O petróleo é responsável por 96% da arrecadação venezuelana, mas a produção está atualmente nos piores níveis dos últimos 30 anos. Há uma década, antes da crise política e econômica que assola o país, a Venezuela explorava 3,2 milhões de barris por dia.
(Com AFP)