O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se juntou a outros 12 líderes mundiais para assinar uma carta pública em que afirmam que a redução da pobreza e a crise climática são as “batalhas existenciais” de nossa era. Entre signatários estão o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O artigo de opinião, veiculado em veículos internacionais como Le Monde e Washington Post, destaca a necessidade de colocar as pessoas no centro da estratégia mundial contra a pobreza e ressalta que os empréstimos e subsídios do governo não serão suficientes para estimular o desenvolvimento em países de baixa e média renda devastados pela pandemia de Covid-19.
“Nós estamos convencidos de que a redução da pobreza e a proteção do planeta são objetivos convergentes. Demos priorizar transições justas e inclusivas para garantir que os pobres e mais vulneráveis possam colher totalmente os benefícios dessas oportunidades, ao invés de sofrer desproporcionalmente com os custos”, diz o texto.
Logo, os líderes mundiais disseram que os setores da indústria “que prosperam graças à globalização” vão precisar contribuir para o desenvolvimento global. Esse movimento é entendido como uma mudança para forçar os gigantes globais da tecnologia, empresas de energia e empresas multinacionais de serviços a pagar mais impostos nos países onde operam.
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Além disso, a necessidade de uma reforma dos bancos de desenvolvimento também é listada no artigo como uma “prioridade-chave”. A carta deve ser recebida com desapontamento por ativistas que esperam maior comprometimento dos Estados.
“Pedimos que os bancos de desenvolvimento assumam passos responsáveis para fazer muito mais com os recursos existentes e aumentar a capacidade de financiamento e mobilização de capital privado, baseando-se em metas claras e estratégias em termos de contribuições financeiras privadas e mobilização de recursos domésticos”, afirmam os líderes. “Também precisamos que nossos bancos de desenvolvimento trabalhem juntos como um ecossistema, em conjunto com outras agências públicas e fundos verticais e, quando apropriado, com filantropos, fundos soberanos, financiamento privado e a sociedade civil para ter o maior impacto.”
Lula e os demais líderes também esperam incentivar um maior financiamento climático para ajudar os países pobres a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos do clima extremo. O documento indica um esforço de adoção do um sistema que “entregue mais ao planeta” e fortaleça o desenvolvimento sustentável.
“Nós acreditamos que uma transição ecológica justa que não deixe ninguém para trás pode ser uma força poderosa para aliviar a pobreza e apoiar o desenvolvimento inclusivo e sustentável”, afirmam os líderes na carta.
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A carta foi publicada antecipando a Cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global, que começa em Paris na próxima quinta-feira, 22. Na reunião, os líderes mundiais vão discutir o financiamento climático, o crescimento verde, a crise da dívida e como explorar as fontes de investimento do setor privado.
Além de Lula, Macron e Biden, também assinaram a carta a presidente Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed al-Nahyan, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o presidente do Quênia, William Ruto, o presidente senegalês, Macky Sall e a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.