Itália, França e Alemanha, nesta segunda-feira, 11, fizeram um apelo à União Europeia para impor sanções ad hoc (“para um fim específico”) contra o Hamas, em guerra contra Israel na Faixa de Gaza, e aliados do grupo terrorista palestino. O pedido foi feito por meio de uma carta dos ministros das Relações Exteriores de cada nação ao chefe da política externa do bloco europeu, Josep Borrell.
“Expressamos nosso total apoio à proposta de criação de um regime de sanções ad hoc contra o Hamas e seus apoiadores”, afirmaram na carta, vista em primeira mão pela agência de notícias Reuters.
“A rápida adoção deste regime de sanções vai permitir-nos enviar uma mensagem política forte sobre o compromisso da União Europeia contra o Hamas e a nossa solidariedade com Israel”, completou o texto.
Críticas israelenses
No domingo 10, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou críticas duras aos líderes do chamado mundo ocidental por sua suposta “inconsistência” no apoio ao objetivo de Tel Aviv com a guerra em Gaza, de “eliminar” totalmente o Hamas.
Em pronunciamento ao seu gabinete, o premiê disse ter dito aos líderes da França, Alemanha e outros países que não é possível apoiar, simultaneamente, a destruição do Hamas e pressionar Israel para realizar pausas na guerra.
“Vocês não podem, por um lado, apoiar a eliminação do Hamas e, por outro, pressionar-nos para acabar com a guerra, o que impediria a eliminação do Hamas”, afirmou Netanyahu.
Resistência
Por outro lado, os primeiros-ministros da Espanha, Bélgica, Irlanda e Malta adotaram uma abordagem oposta. Em carta conjunta ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, as nações apelaram por uma posição resoluta a respeito da crise humanitária em Gaza antes da próxima cúpula do órgão consultivo da União Europeia, marcada para 14 e 15 de dezembro, em Bruxelas.
O texto, assinado pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, seu homólogo belga, Alexander de Croo, o premiê irlandês, Leo Varadkar, e o maltês Robert Abela sublinhou a necessidade de uma discussão focada na situação da Faixa de Gaza e de um forte compromisso com uma solução de dois Estados para o conflito, que criaria um país para os palestinos.
A carta conjunta, liderada pela Espanha, que deixa a presidência rotativa da União Europeia no final de dezembro, e pela Bélgica, que assumirá o posto em 1 de janeiro, enfatizou a urgência de resolver a crise humanitária em Gaza.