Líderes do mundo inteiro chegam em Israel nesta quarta-feira, 22, para o Fórum Mundial sobre o Holocausto, em Jerusalém. O evento marca o aniversário de 75 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, o destino reservado pelo regime nazista para 1,1 milhão de judeus, dos quais 960.000 foram mortos em câmeras de gás.
O presidente francês Emmanuel Macron, a presidente da Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, bem como os presidentes da Bulgária, Romênia, Finlândia, Geórgia, Chipre e Bósnia e Herzegovina já chegaram a Israel para o evento. Também são esperados o presidente russo, Vladimir Putin, e o vice-presidente americano, Mike Pence. Todos os líderes da União Europeia participarão, assim como o herdeiro do trono britânico, príncipe Charles, e outros chefes de estado.
Ao todo, estarão presentes cerca de 50 delegações estrangeiras. É a maior reunião de políticos e autoridades da história de Israel. O presidente Jair Bolsonaro foi sondado pelo governo israelense sobre sua possível participação. O Palácio do Planalto respondeu que já havia compromisso de viagem para a Índia, que ocorrerá só no final de semana. O convite formal, portanto, não chegou a ser enviado.
Além de rememorar a tragédia, os representantes também pretendem se focar no aumento do antissemitismo na Europa e nos Estados Unidos. A organização americana Liga Anti-Difamação concluiu em novembro passado que atitudes antissemitas aumentaram em todo o mundo – especialmente na Europa Central e Oriental. A pesquisa apontou que um em cada quatro europeus têm atitudes fortemente negativas em relação aos judeus.
Segundo o jornal americano The New York Times, o fórum começa com um jantar nesta quarta-feira na residência do presidente de Israel, Reuven Rivlin, e terminam após uma cerimônia na quinta-feira, 23, no Yad Vashem, o Memorial do Holocausto, em Jerusalém.
Campanha eleitoral
A grande reunião acontece após um impasse político em Israel, que impediu o país de formar um novo governo. No ano passado, duas eleições terminaram empatadas. Uma terceira votação está marcada para o dia 2 de março deste ano.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está novamente sendo desafiado por Benny Gantz, um centrista que já foi chefe de gabinete do Exército. Netanyahu, enquanto aguarda julgamento por acusações de corrupção, serve como premiê interino.
No início da campanha na terça-feira, 21, o líder de Israel voltou discursar contra israelenses árabes. Segundo o jornal local Haaretz, espera-se que usará o encontro no país para conquistar o apoio de líderes para impedir o Tribunal Penal Internacional, que investiga o país por crimes de guerra, de clamar jurisdição sobre territórios palestinos.
O premiê já conduziu uma série de reuniões bilaterais com líderes em Jerusalém, segundo autoridades israelenses.