O chefe do Estado-Maior francês, Pierre de Villiers, renunciou ao cargo, nesta quarta-feira, na sequência de atritos com o presidente Emmanuel Macron após críticas feitas pelo militar.
“Nas circunstâncias atuais, considero não estar mais em condições de assegurar a perenidade do modelo de Exército em que acredito para garantir a proteção da França e dos franceses, hoje e amanhã, e apoiar as ambições do nosso país. Portanto, assumi minha responsabilidade, apresentando, neste dia, minha renúncia ao presidente da República, que a aceitou”, escreveu o general De Villiers, em um comunicado.
A possibilidade da saída do chefe do Estado-Maior agitava há dias os círculos militares, depois que ele criticou os cortes orçamentários em Defesa previstos por Macron para 2017.
O governo contempla um corte de 850 milhões de euros no gasto militar deste ano em um contexto geral de reduções, com uma diminuição prevista de 4,5 bilhões de euros no orçamento. Em cinco anos, o presidente quer poupar 60 bilhões de euros.
“Sempre velei, desde a minha nomeação, por manter um modelo de Exército que garanta a coerência entre as ameaças que pesam sobre França e Europa, as missões do nosso Exército que não param de aumentar e os meios orçamentários necessários para cumprir com eles”, declarou De Villiers, que ocupou o cargo por três anos e meio.
Essa foi a primeira baixa na futura batalha de Macron pelo seu pacote de austeridade. Por ser um outsider que criou um partido político novo, o apoio institucional do presidente francês é mais baixo. As lutas contra os diferentes setores da sociedade contra os cortes devem prosseguir durante o seu mandato.
(Com AFP)