O pedido da Ucrânia para se filiar à União Europeia será discutido “nos próximos dias”, afirmou nesta segunda-feira, 7, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Em publicação nas redes sociais, Michel ressaltou que “a UE se posiciona com firmeza junto aos esforços da Ucrânia para aliviar sofrimentos humanitários infligidos pela agressão russa e para garantir segurança nuclear”.
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“A solidariedade, amizade e assistência sem precedentes da União Europeia para a Ucrânia é inabalável”, disse o chefe do Conselho Europeu, que define a agenda política e as prioridades da União Europeia.
The EU’s solidarity, friendship and unprecedented assistance for #Ukraine are unwavering.
We will discuss Ukraine’s membership application in coming days.
— Charles Michel (@eucopresident) March 7, 2022
Na sexta-feira, 4, após uma reunião com ministros, o comissário Maros Sefcovic já havia declarado que o bloco deseja que a Ucrânia se torne um Estado-membro “o mais rápido possível”. Ele foi endossado no fim de semana pela chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que afirmou que a Ucrânia é “um de nós e deveria se juntar”.
“Não é apenas um combate entre Ucrânia e Rússia, é democracia contra autocracia. E é por isso, para nós [UE] é existencial poder apoiar a Ucrânia de todas as formas possíveis”, disse von der Leyen em entrevista à rede CNN.
Ao longo desta semana, provavelmente na próxima quinta-feira, os líderes dos Estados-membros da União Europeia também devem se encontrar para discutir a guerra na Ucrânia e o pedido de filiação do país ao bloco durante uma cúpula informal em Paris.
O desejo de Kiev de participar do bloco, no entanto, é um ponto de atrito declarado por Moscou. Durante negociações na semana passada entre delegações russas e ucranianas, a Rússia, além da não expansão da Otan para o Leste Europeu, teria exigido nas negociações que a Ucrânia se comprometesse a documentar seu status de não integrar nenhum bloco e realizar um referendo sobre isso, reconhecesse as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, abandonasse a exigência da devolução da Crimeia a Kiev e promovesse o fim de “políticas nazistas”. Já a Ucrânia teria exigido um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas do país.
No entanto, as tropas russas continuam agindo sobre a capital Kiev e outras regiões do país. As negociações não travaram o ímpeto russo de avançar sobre a Ucrânia nem fizeram os ucranianos pararem as tentativas de se aproximar cada vez mais da União Europeia para garantir sanções contra a Rússia e a participação no bloco.