O Reino Unido fechou, nesta sexta-feira, 31, um acordo para ingressar em uma importante parceria transpacífica, chamando o feito de seu “maior acordo comercial desde o Brexit“, como ficou conhecido o divórcio do país com a União Europeia.
Após quase dois anos de negociações, a nação se tornará a primeira na Europa a aderir ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP), criado em vigor em 2018.
+ Britânicos confiam mais na UE do que no próprio governo, diz pesquisa
Um acordo de livre comércio, tem com 11 membros — Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Peru, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã — e sucedeu a Parceria Transpacífica, que os Estados Unidos abandonaram em 2o17, sob o comando do ex-presidente Donald Trump.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que a “medida histórica” pode ajudar a elevar o crescimento econômico do país em 1,8 bilhão de libras (R$ 11,33 bilhões) a longo prazo.
“O bloco abriga mais de 500 milhões de pessoas e valerá 15% do PIB global quando o Reino Unido ingressar”, disse o gabinete de Sunak.
+ Três anos depois, Brexit custa £100 bilhões por ano à economia britânica
Como membro, mais de 99% das exportações do Reino Unido para os 11 membros estarão livre de tarifas. Isso inclui seus principais produtos, como queijo, carros, chocolate, maquinário, gim e uísque. O gabinete do premiê informou que, no ano fiscal até setembro de 2022, seu país exportou 60,5 bilhões de libras (R$ 380,8 bilhões) em mercadorias para os países do CPTPP e agora devem “se beneficiar de tarifas mais baixas”.
O acordo também visa desburocratizar as empresas britânicas, que não precisarão mais estabelecer escritórios locais ou residir nos países membros do pacto para prestar serviços lá. Grande negócio já que o setor serviços representam uma grande fatia — 43% — do comércio geral do Reino Unido com os membros do CPTPP.
+ Irlanda do Norte: Reino Unido e UE resolvem último impasse do Brexit
Em comunicado, Sunak afirmou que o acordo é um exemplo dos “benefícios econômicos de nossas liberdades pós-Brexit”.
“Como parte do CPTPP, o Reino Unido está agora em uma posição privilegiada na economia global para aproveitar as oportunidades de novos empregos, crescimento e inovação”, acrescentou.