A Europa está observando os primeiros sinais de respiro em meio à pandemia de coronavírus. Nesta segunda-feira, 20, o número de mortos pela Covid-19, doença causada pelo vírus, ficou abaixo dos 400 pela primeira vez na Espanha desde março. De forma semelhante, no domingo 19, a Itália teve o menor número de falecimentos da semana, com 433 registros.
Os italianos também observaram redução na quantidade de novos casos, que caíram de 3.491, no sábado 18, para 3.047 no domingo, segundo a Agência de Defesa Civil. O nível é baixo se comparado aos picos registrados no fim de março. Mesmo assim, a retração da doença não ocorre tão rápida quanto o esperado para um país que está em restrito isolamento há seis semanas. A quarentena deve ser mantida até, pelo menos, o dia 3 de maio.
Terceiro país em número de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos e da Itália, a Espanha registrou 399 mortes por coronavírus nesta segunda-feira, 20. É o menor número de óbitos em 24 horas desde 22 de março, quando o país registrou 394 mortes.
“Já estamos há vários dias com quedas muito claras. São números muito encorajadores, que nos dão esperanças”, afirmou o diretor do Centro de Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde, Fernando Simón. No total, a Espanha tem 20.852 vítimas fatais desde o início da epidemia.
O governo atribui a melhoria nos números ao confinamento desde 14 de março dos 47 milhões de espanhóis. Nesta quarta-feira, 22, está previsto que o primeiro ministro Pedro Sánchez estenda a quarentena até 9 de maio, mas com relaxamentos. Há possibilidade de as crianças fazerem breves saídas a partir de 27 de abril e que os adultos e idosos possam fazer exercícios fora de casa.
Por enquanto, só é permitido sair de casa para trabalhar, comprar alimentos e remédios. O governo já advertiu, porém, que o confinamento será suspenso de forma gradual e cautelosa.
Luz no fim do túnel
A Noruega reabriu nesta segunda-feira, 20, as creches e pré-escolas, dando o primeiro passo no processo de suspensão das restrições para impedir a propagação do coronavírus. A medida acaba com cinco semanas de isolamento parcial das crianças.
Segundo o governo, as crianças não menos afetadas pela Covid-19. Mesmo assim, foram estabelecidas diversas precauções para evitar o contágio. Menores de três anos devem ficar sob a responsabilidade de um adulto em grupos de três. As de três a seis anos devem permanecer em grupos de seis, sem contato com outros grupos.
Assim como a Áustria e a Dinamarca, a Noruega é um dos primeiros países a flexibilizar as restrições adotadas em março. A medida deve facilitar o retorno ao trabalho dos pais, reaquecendo a economia da nação escandinava. Contudo, alguns pais ficaram receosos. No Facebook, surgiu a campanha “Meu filho não deve ser uma cobaia da Covid-19” e uma petição online contra a medida, com mais de 28.000 assinaturas.
A ministra da Educação, Guri Melby, reiterou: “Não há perigo em frequentar a creche”. O país tem 7.127 casos confirmados e 181 mortes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.