O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal revelou, nesta quinta-feira, 16, que o número de brasileiros com autorização para viver no país aumentou 43%, passando de 105.423 em 2018 para 150.854 em 2019, a maior cifra da história.
No terceiro ano de aumento da comunidade tupiniquim em Portugal, após um período de queda entre 2011 e 2016, o SEF atribuiu mais de um terço das novas autorizações de residência a cidadãos brasileiros – ao todo, há 580 mil imigrantes na nação, e 1 em cada 4 são do Brasil.
Outros países que ocupam os lugares seguintes no pódio da imigração, em cifras mais moderadas, são Cabo Verde, com 37.393, Reino Unido, 34.340, Romênia, 31.056, e Ucrânia, 29.671.
O relatório foi fornecido ao jornal português Público, e embora reconheça a expressividade dos números, ressalta que provavelmente são menores que a verdadeira quantidade de cidadãos do Brasil em terras lusas.
Além de quem tem dupla cidadania de Portugal ou de outro país da União Europeia não entrar na estatística, há ainda os imigrantes em situação irregular.
A maioria dos brasileiros que não tem visto de trabalho ou estudo mora no país irregularmente, entrando como turistas. Através de um emprego irregular, apelam depois a um processo de regularização, que inclui o pagamento de uma multa pela permanência no território sem documentação adequada.
A entrada de novos imigrantes tem ajudado a desacelerar a diminuição da população, grave desafio demográfico em Portugal. Em 2018, houve mais 25.980 mortes do que nascimentos, e atualmente os habitantes com mais de 65 anos de idade já representam 21,8% do total da população.
Para manter a população ativa atual, Portugal precisa de 75 mil novos imigrantes adultos por ano, segundo estudo da lusa Fundação Francisco Manuel dos Santos. Para isso, a esfera pública vem criando estratégias para incentivar a entrada de estrangeiros no país – especialmente os qualificados.
Entre os principais projetos está um visto especial para imigrantes à procura de emprego, antiga exigência de associações que representam os imigrantes para incentivar o ingresso legal de pessoas no país. A nação também já deu outro passo para facilitar o acesso à nacionalidade: qualquer criança nascida em Portugal, mesmo com pais em situação irregular, têm direito à cidadania.
Não à toa, 2019 também representa um recorde do número total de estrangeiros vivendo no país: cerca de 580 mil pessoas. Em 2018, eram 480 mil estrangeiros.