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Brasil e 12 países da América Latina exigem fim da violência na Nicarágua

Repressão no país já deixou mais de trezentos mortos; diálogo moderado por organização religiosa ainda não teve sucesso

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h15 - Publicado em 16 jul 2018, 21h33
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  • O Brasil e outros doze países da América Latina, entre eles Chile, Argentina, Uruguai, Costa Rica e Honduras, exigiram nesta segunda-feira (16) – em declaração conjunta – o “fim imediato dos atos de violência” na Nicarágua e o “desmantelamento dos grupos militares”.

    Os treze países, que participam da reunião de chanceleres da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) em Bruxelas, condenaram ainda a violência que provocou a “perda de mais de 300 vidas humanas e deixou centenas de feridos”, assim como a “repressão” contra estudantes e civis, segundo a declaração divulgada pela chancelaria brasileira.

    A nota, firmada ainda por Colômbia, Equador, Guatemala, México, Panamá, Paraguai e Peru, expressa a preocupação dos treze países com “a violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais” e exige “o fim imediato dos atos de violência, intimidação e ameaças dirigidas à sociedade nicaraguense; e o desmantelamento dos grupos paramilitares”.

    O grupo insiste na “reativação do diálogo nacional, dentro de um clima de respeito às liberdades fundamentais, que envolva todas as partes para gerar soluções pacíficas e sustentáveis (…) e o fortalecimento da democracia, dos Direitos Humanos e do Estado de Direito” na Nicarágua.

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    Os treze apoiam a Conferência Episcopal da Nicarágua em seu trabalho “em prol da busca e da promoção de soluções para o conflito e em respeito aos direitos humanos dos nicaraguenses”, e agradece à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por “investigar os eventos”.

    Finalmente, o grupo faz um apelo ao governo da Nicarágua e a outros “atores sociais para que demonstrem seu compromisso e participem construtivamente de negociações pacíficas com resultados concretos”.

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    A onda atual de protestos é a mais sangrenta na Nicarágua desde a guerra civil do país, que terminou em 1990. Os tumultos atingem o país desde abril, quando o presidente Daniel Ortega, um ex-líder guerrilheiro sandinista, propôs reduzir os benefícios dos aposentados para diminuir os gastos orçamentários. Mesmo tendo sido descartado, o plano provocou confrontos violentos e pedidos de renúncia do presidente nicaraguense.

    Desde então, os manifestantes pedem a renúncia de Ortega, no poder há 11 anos, e o fim da repressão. A Igreja Católica propôs a antecipação das eleições presidenciais de 2021 para 2019. Mas o governo não aceitou a proposta.

    (Com AFP)

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