Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Boris Johnson apresenta sua ‘proposta final’ para o Brexit

Plano tenta driblar a necessidade de controles alfandegários entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, mas compreensão do texto exige esforço

Por Da Redação
Atualizado em 2 out 2019, 14h29 - Publicado em 2 out 2019, 13h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, finalmente publicou nesta quarta-feira, 2, seu plano para a saída de sua nação da União Europeia (UE). Sua proposta foi entregue ao bloco europeu e sugere a criação de uma “zona reguladora única” para toda a ilha da Irlanda e o descarte definitivo do controverso mecanismo de salvaguarda do “backstop”.

    O plano foi entregue ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Um porta-voz da instituição afirmou que o documento será examinado “com objetividade”. Mas as diferentes versões do texto expressas em jornais e portais britânicos e nas declarações de políticos indicam que um tempo adicional será exigido dos europeus para entender o que Johnson realmente quis dizer.

    Mais cedo, Johnson reafirmou que seu país abandonará a União Europeia em 31 de outubro “aconteça o que acontecer”. Também avisou que espera as concessões de Bruxelas para que o Brexit seja regrado por um acordo bilateral. Em discurso no congresso do Partido Conservador em Manchester, porém, o primeiro-ministro destacou que a única alternativa a essa “proposta final” será a saída do Reino Unido sem acordo.

    A proposta

    O texto entregue por Johnson se atém à substituição do “backstop”, o mecanismo de salvaguarda sugerido pelo governo da ex-premiê Theresa May para regular a circulação de bens, serviços e pessoas entre a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, e a República da Irlanda, país independente e membro da União Europeia, assim que começar o Brexit.

    Crítico desse mecanismo, Johnson e seus aliados o viam como um meio de manter todo o Reino Unido submisso às regras comerciais de Bruxelas durante a vigência do backstop. A alternativa de se levantar uma fronteira dura entre as Irlandas, entretanto, traz o temor de ressurgimento da violência na região, superada apenas em 1998, com o Acordo de Belfast

    A proposta de Johnson prevê que, a partir de 31 de outubro, seja instalada uma “zona reguladora única” para toda a ilha da Irlanda, de forma a evitar uma fronteira dura e postos físicos de controle alfandegário. A Irlanda do Norte, diz o texto, seguirão as regulações da União Europeia – que são as mesmas da República da Irlanda. Ou seja, haverá as notificações de lado a lado e controles eletrônicos ou nos estabelecimentos comerciais, sem necessidade de checagens em postos sanitários e de segurança dentro da ilha.

    Continua após a publicidade

    Ao final de um período de transição ainda não mencionado por Londres, a Irlanda do Norte voltaria a fazer parte do território alfandegário britânico — e não mais da união aduaneira europeia. O texto prevê que a Assembleia Legislativa da Irlanda do Norte terá de aprovar as novas regulamentações para que possam entrar em vigor e que as regras podem ser revistas depois de quatro anos.

    Reação

    Logo após a divulgação da proposta, o Partido Unionista Democrático (DUP), que tem maioria na Irlanda do Norte, apoiou o plano de Johnson.

    Em um comunicado, a legenda afirmou que a oferta “fornece uma base para a UE continuar em um compromisso sério e sustentado com o governo do Reino Unido, sem risco para o mercado interno” britânico.

    Já o primeiro-ministro da República da Irlanda, Leo Varadkar, afirmou que pelo que conseguiu ler da proposta “não parece promissora”. Segundo ele, o plano parece não ser suficiente para “formar as bases de um acordo”.

    Continua após a publicidade

    Varadkar, contudo, disse que não conseguiu ler a proposta a fundo e que faria uma nova avaliação após mais análise.

    Confusão

    A publicação da proposta de Johnson a Juncker teve grande repercussão no Reino Unido. Logo após sua divulgação, porém, os veículos da imprensa não chegaram a um consenso sobre o impacto, na prática dos planos do governo britânico. Houve incerteza e certa confusão. Segundo o Financial Times, o próprio DUP não entendeu exatamente o que a proposta significava.

    Em nota, o partido informou que “essas propostas garantiriam que a Irlanda do Norte estaria fora da união aduaneira da UE e do mercado único, assim como o restante do Reino Unido”. O jornal corrigiu que, ao contrário, não haverá independência total da Irlanda do Norte em relação ao bloco europeu, mas a zona regulatória única entre as duas Irlandas.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.