O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou nesta segunda-feira, 6, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre possíveis pausas humanitárias nos ataques contra o Hamas na Faixa de Gaza, disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.
Por telefone, os líderes discutiram a importância de pequenas interrupções no conflito para civis que vivem no território sitiado, assim como para os reféns sob domínio do grupo militante palestino.
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Segundo Kirby, Israel deixou o diálogo em aberto e aceitou novas rodadas de negociação com Biden nos próximos dias. Ele acrescentou que o tema foi debatido no dia em que se espera que mais americanos saiam de Gaza e que mais ajuda entrou na região.
Na sexta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu com Netanyahu e com o presidente israelense, Isaac Herzog, para buscar “medidas concretas” para minimizar os danos aos civis em Gaza.
Os EUA acreditam que o pedido de pausas é muito diferente de um cessar-fogo geral, que a administração de Biden considera que beneficiaria o Hamas. Biden está sob pressão crescente para responder ao que os grupos humanitários chamam de crise urgente para os civis dentro de Gaza, onde há escassez de alimentos, água, medicamentos e combustível. Durante uma arrecadação de fundos em Minneapolis, na noite da última quarta-feira, 1º, ele chegou a ser confrontado por um manifestante pedindo o cessar-fogo.
Na semana passada, uma autoridade do Hamas, Abu Hamid, afirmou que o grupo só libertará os reféns detidos se Israel concordar com um cessar-fogo e parar de bombardear o enclave. Segundo Hamid, o Hamas, que soltou quatro dos detidos até agora, deixou claro que pretendia libertar “prisioneiros civis”. No entanto, alertou que isso exigia um “ambiente calmo”, alegando que os bombardeios israelenses já mataram 50 reféns.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no entanto, descartou os pedidos de um cessar-fogo em Gaza. Em coletiva de imprensa em Tel Aviv, ele disse que “os bárbaros estão dispostos a lutar”, em referência ao movimento palestino radical Hamas, e que os combatentes integram o “eixo do mal”, ao lado do Irã.