Alemanha condena sanções americanas contra a Rússia
As medidas dos Estados Unidos afetam diretamente os interesses comerciais europeus no setor energético de Moscou
Em tom pouco diplomático, a ministra alemã para a Economia, Brigitte Zypries, condenou nesta segunda-feira o pacote de sanções contra a Rússia aprovado pelo Senado americano na semana passada. Para Berlim, a medida é ilegal e viola o direito internacional.
O objetivo dos Estados Unidos com as sanções é punir os russos pela intervenção nas eleições presidenciais de 2016 e nos conflitos na Síria e na Ucrânia. Contudo, as penalidades afetam diretamente os interesses comerciais europeus com Moscou, principalmente no setor energético.
Se aprovadas pelo presidente americano Donald Trump, as ações corretivas puniriam qualquer empresa que auxiliasse a Rússia na exportação e transporte de petróleo. Atualmente, a União Europeia (UE) está envolvida em um projeto de 9,5 bilhões de euros (35,1 bilhões de reais) para a construção de um gaseoduto, que transportará o combustível pelo Mar Báltico até a cidade alemã de Greiswald.
“É claro que não queremos uma guerra comercial, mas é importante que a Comissão Europeia avalie contramedidas” disse Zypries ao grupo de comunicações alemão Funke Mediagruppe, garantindo que os Estados Unidos abandonarão a cooperação bilateral com a UE para aplicar as sanções.
A ministra alemã pediu uma resposta imediata do bloco, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre os novos acontecimentos. Para os especialistas, o tema pode gerar grande conflito diplomático entre as duas potências e já estremece mais uma vez as relações entre Washington e Berlim.
Na sexta-feira à noite, a Casa Branca informou que Trump planeja aprovar as sanções. Antes mesmo de se consolidar, a medida já provocou uma reação de Moscou, que ordenou a saída de cerca de 700 diplomatas americanos da Rússia.