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Infraestrutura não é suficiente se professor não souber ensinar, diz Mizne

Em fórum, diretor executivo da Fundação Lemann falou sobre as razões pelas quais muitas reformas educacionais falham

Por Leonardo Lellis Atualizado em 29 Maio 2018, 18h44 - Publicado em 29 Maio 2018, 16h17
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  • Convidado do fórum Amarelas ao Vivo para discutir as razões pelas quais as reformas educacionais falham, o advogado Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, tem um diagnóstico: falta um olhar para a base, para dentro da sala de aula. “No Brasil, a gente acreditou que se colocássemos as crianças na escola, elas aprenderiam. Isso não foi verdade”, disse na entrevista conduzida pelo redator-chefe de VEJA Fábio Altman.

    “A gente olhou muito pouco para a complexidade do que é garantir a educação de uma criança. Achou-se que apenas garantir infraestrutura seria suficiente. O problema é o que acontece dentro de sala de aula. Se o professor não souber ensinar, não adianta”, avalia.

    “O país tem escolas públicas muito boas e, na média, outras com muitas dificuldades. O mesmo acontece nas escolas privadas. Uma parte da elite acha que porque colocou na escola particular, o filho terá educação de primeiro mundo, mas não é assim”, afirma Mizne, que elege a educação básica como prioritária para ser objeto de uma reforma.

    Como início de uma mudança, ele vê como necessária a verdadeira implementação da Base Nacional Curricular Comum. O segundo passo deve ser o investimento na formação de professores. “Isso significa mexer em salários, condições de trabalho e enfrentar privilégios.”

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    Ao citar como exemplos as experiências de países como Chile, Vietnã e Singapura, o advogado demonstra que o foco deve estar na aprendizagem. “Muitas reformas falham, porque, no debate que o país faz, as discussões ficam nas esferas de poder e na mídia, sem olhar para a base. Quando a gente começa a fazer isso de maneira sistemática, a gente colhe resultados.”

    Ele ainda não vê a pauta da educação como prioritária para a sociedade, que deve assumi-la como uma questão de Estado e não de governo. “Tolera-se greve em universidades por meses sem aula. Mas se falta combustível, vira mobilização nacional. Estamos dando baixo valor à educação.”

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