Acostumados com o alto fluxo de compras e pessoas às sextas e finais de semanas, os shopping centers de São Paulo agora retratam uma cidade que aos poucos vai parando. O consumo, o lazer, as relações humanas, tudo vai sendo deixado de lado ao passo que os comerciantes vão desligando seus equipamentos das tomadas para colaborar com o plano de ação para conter o avanço do coronavírus (Covid-19). Destaque-se, contudo, as decisões acertadas pelos gestores dos empreendimentos, uma vez que, neste momento, o melhor é evitar aglomerações e a disseminação da doença.
Apesar de o Governo de São Paulo ter determinado o fechamento de todos os shopping centers da capital e região metropolitana a partir de segunda-feira, 23, os principais centros comerciais paulistanos já trancaram suas portas a partir desta sexta-feira, 20. As administrações se anteciparam à determinação à medida em que o alto custo para manter as operações — uma vez que o volume de clientes despencou na última semana — já as inviabilizava.
VEJA visitou alguns destes centros nesta sexta-feira. No Mooca Plaza Shopping, todos os acessos para veículos foram bloqueados e até uma viatura restringia o acesso de pessoas. Um segurança informava na entrada do shopping que somente os funcionários das franquias de alimentação que utilizam o sistema de delivery estavam autorizados a entrar. Todas as demais lojas, inclusive as de serviços, estavam fechadas.
Já no Shopping Iguatemi, os clientes só podiam circular numa área restrita do centro comercial, onde está localizada uma rede de supermercados. Seguranças e catracas bloqueavam o acesso aos demais espaços. Um aviso na entrada informava os consumidores que as medidas foram adotadas em 19 de março e que valem até 30 de abril. Até lá, o horário de funcionamento do principal shopping localizado no centro financeiro de São Paulo, na Av. Faria Lima, será das 12h às 20h.
Diferentemente dos concorrentes, o Shopping Anália Franco, num bairro rico da Zona Leste da capital paulista, teve toda a operação fechada. Nenhuma das entradas estava liberada, nem mesmo para funcionários. Somente uma rede de supermercados, anexa ao shopping, funciona normalmente.
Numa cidade sem litoral, não são raras as famílias que utilizam os shoppings como centros de lazer para passar momentos juntos.
A quarentena antecipada à qual a cidade está sendo colocada é necessária e poderá evitar um mal maior. O que fica, contudo, é a sensação de agonia ao ver que a cidade que nunca dormia está entrando em estado de hibernação.