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Rede de petshops aposta em parceria com pequenos empresários

Há sete anos no Brasil, americana Petland tem mais lojas que a matriz e vê oportunidade para crescer em lojas menores e focadas em serviços

Por Larissa Quintino Atualizado em 4 jun 2024, 13h38 - Publicado em 17 fev 2021, 14h58
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  • Assim que a pandemia do novo coronavírus chegou ao país, para além da preocupação de saúde, houve uma legítima preocupação com os negócios. Setores que vivem de serviços sofreram impactos frontais da crise, assim como uma grande dificuldade para os pequenos empresários. Porém, dentro de todo esse universo, um segmento conseguiu passar pela crise e até crescer dentro dela. O mercado Pet avançou 13,5% este ano, segundo estimativa do Instituto Pet Brasil, que compila dados do setor. E, para aproveitar o movimento, há quem tenha encontrado no meio da crise a oportunidade de expandir.  A operação brasileira da rede Petland cresceu 60% em 2020, ao olhar para o pequeno empresário como forma de fortalecimento da marca.

    A rede lançou em abril do ano passado, em pleno choque da pandemia de Covid-19 no país, um programa de associação. Com uma mensalidade de 389 reais, pequenos empresários podem usufruir de estruturas fornecidas a franqueados. Das 217 lojas Petland no Brasil, 100 são do programa de afiliado. “Queremos ser um agente transformador do setor pet, extremamente pulverizado, sob a ótica do pequeno. Para isso, é fundamental oferecer as ferramentas adequadas de gestão que ajudem a empoderá-lo”, afirma Rodrigo Albuquerque, CEO do Grupo Brasil Pet, holding da Petland.

    Em troca da mensalidade, o programa oferece treinamentos online, maquininha de cartão com taxas especiais, comercialização da marca própria, uso do centro de distribuição da rede. Para a holding da Petland, a loja se torna um ponto de exposição da marca, além também de ponto de retirada de produtos comprados no e-commerce, chegando mais próximo do consumidor final.

    O plano de expansão focado na pequena empresa olha muito para o universo do mercado de animais de estimação. Em 2019, dos 32 mil estabelecimentos do setor pet, 25 mil são considerados pequenos negócios, ou petshops de vizinhança. Os empreendimentos pequenos são muito focados em serviços e atendimento e normalmente localizados em áreas residenciais, próximo aos tutores de animais de estimação. “O setor pet vem passando por uma consolidação, mas eu não vou brigar com modelos já estabelecidos. Há mega lojas muito bem posicionadas, o e-commerce também tem competidores muito fortes. O que vimos de oportunidade foi focar no serviço e nessa proximidade com o consumidor. É algo que o pequeno negócio desse setor já tem, mas falta a profissionalização”, afirma Albuquerque ao falar de concorrentes, como a Petz, Cobasi e Petlove.

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    Petland
    Rodrigo Albuquerque, CEO do Grupo Brasil Pet: mercado tem muito a expandir (Divulgação/Divulgação)

    A estratégia para crescimento da Petland é inspirada no crescimento das redes de drogarias, por exemplo, que converteram lojas de bairro e hoje se consolidam. Em primeiro momento, o programa de afiliado foca na solução básica, mas a rede também vê possibilidade em conversão de bandeira, isto é, da loja em franquia. Dos 100 afiliados de 2020, por exemplo, 3 deles já viraram franqueados. O modelo de expansão, plano inicial da empresa na chegada ao Brasil, em 2014, voltou a ser o foco da companhia com o caminho traçado para chegar nos pequenos comerciantes. Para 2021, a rede estima crescer 50% e o plano até 2027 é atingir 2.500 lojas no Brasil. Nos Estados Unidos, matriz da Petland, há 90 lojas pelo país. “Começamos focando em crescer rápido, pausamos a estratégia para agregar mais ao grupo com e-commerce, marca própria, solução de pagamentos, franquia de clínicas veterinárias e, agora voltamos ao plano inicial, mas com um portfólio mais completo.”

    A aposta de crescimento é alta, mas se baseia na relação do brasileiro com os animais. Em 2019, a população pet no Brasil era de aproximadamente 141,6 milhões de animais, segunda maior do mundo, um crescimento de 1,70% frente a 2018, quando foram contabilizados 139,3 milhões de animais. Apesar de não haver dados fechados de 2020, há estimativa que o crescimento de casas com animais de estimação tenha subido na pandemia, tanto pelo crescimento de vendas quanto de adoção de cães e gatos. “O animal de estimação se tornou um ponto fundamental na questão afetiva e até mesmo da saúde mental de muitas famílias. Há anos, ele vem fazendo essa transição do quintal, para a casa, para a cama. E, por isso, o potencial de crescimento do setor é muito grande.”

    Mercado

    Segundo o Instituto Pet Brasil, a projeção de alta de 13,5% do mercado em 2020 dá conta de um faturamento de 40,1 bilhões de reais no ano. Até o 3º trimestre, a alimentação para animais e produtos veterinários lideram o crescimento, com alta de faturamento de, respectivamente, 22,5% e 16%.

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    A projeção de crescimento do e-commerce é de 11%, perdendo fõlego após a reabertura de lojas físicas. Os serviços gerais tem projeção de 10,4% de crescimento e venda de animais direto do criador 12,1% dois segmentos que haviam apresentado queda durante o 1º trimestre de 2020, e mostraram recuperação robusta, o que afeta positivamente a projeção.

    Em relação à participação de mercado de cada segmento, pet food representa 50% das vendas, seguido por venda de animais direto dos criadores (12,1%), pet vet (11,8%), serviços gerais (10,4%), serviços veterinários (10,3%) e pet care (5,6%).

     

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