O governo deve anunciar nas próximas 48 horas novas medidas ao longo dos próximos dias para enfrentamento a epidemia de coronavírus, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira, 13. A resposta veio após críticas feitas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o pacote emergencial divulgado na véspera, que entre outras medidas antecipa a primeira parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas. Em entrevista exclusiva a VEJA, Guedes cobrou conciliação entre Poderes para resolver a crise.
“De hoje para segunda feira sairão muito mais coisas”, afirmou ele, frisando que os dirigentes de bancos públicos já estavam no ministério esperando-o para uma reunião que contemplaria as ações do governo para a crise. “Soltamos ontem medidas, hoje vamos soltar mais, segunda vamos soltar mais. A resposta à crise esta vindo. Eu quero atender ao pedido do presidente [da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia, dizendo que estamos atentos. Da mesma forma que ele pediu, que disse que gostaria que houvesse alguma coisa, alguma reação ao coronavírus, estamos reagindo em 48 horas”, afirmou o ministro.
Questionado sobre jornalistas sobre nova liberação do FGTS, Guedes afirmou que o governo “está examinando isso tudo”. Em outro momento da entrevista, interpelado novamente sobre o tema, afirmou que o governo está “pensando em tudo”. Entretanto, não deu mais detalhes sobre o assunto. Mais cedo, o ministério da Economia disse a VEJA que não há nenhuma medida em estudo de saque-imediato do FGTS. Na véspera, o secretário da Fazenda do ministério, Waldery Rodrigues, disse que o governo estudava estender a medida. O saque-imediato do FGTS libera até 998 reais por conta do trabalhador. O prazo para a movimentação do dinheiro termina no próximo dia 31.
O ministro pontuou ainda que as iniciativas virão após apelo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a equipe econômica reagisse aos desafios colocados pelo surto do coronavírus, mas que é necessário que o Congresso também se debruce sobre as reformas que já foram enviadas pelo Executivo. “Mandamos 48 reformas para Congresso e 16 são urgentes”, disse ele, citando por exemplo o novo marco para o saneamento.
O ministro avaliou que essa crise com o coronavírus é passageira e deve acabar em quatro ou cinco meses, mas que o problema do Brasil é muito mais profundo, com uma economia que está estagnada. “Pra crescer você precisa de recurso pra investimento, então nós precisamos destravar a pauta do Congresso, que tem marcos regulatórios para saneamento, para infraestrutura, para cabotagem, tudo isso é impacto de investimento. Nós precisamos avançar a saúde do organismo brasileiro, da economia brasileira. O coronavírus é onda forte, mas nós vamos furar essa onda e vamos sair do lado de lá.”
(Com Reuters)