A BRF, dona da Sadia e Perdigão, maior processadora de alimentos do país, concederá férias coletivas para mais 2.000 trabalhadores. A decisão foi tomada após a União Europeia anunciar nesta quinta-feira a exclusão de 20 unidades de frigoríficos da lista dos que estão autorizados a exportar frango para o bloco comercial. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 12 plantas da relação pertencem à BRF. Juntas, as empresas representam cerca de 30% do total de frango exportado para a região.
Os funcionários fazem parte da linha de abate de frangos do frigorífico de Toledo (PR) e entram em férias a partir do dia 2 de julho. “A decisão considera a necessidade de adaptações no planejamento de produção, em decorrência de ajustes para atender à demanda atual, que foi impactada pela interrupção das exportações de aves da companhia para a União Europeia”, diz a nota da empresa.
A companhia já tinha anunciado férias coletivas para cerca de 8.200 funcionários das unidades produtivas de Rio Verde (GO), Carambeí (PR) e Capinzal (SC) para ajuste de produção depois de decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de interromper temporariamente as vendas de produtos da BRF para a União Europeia. A medida foi adotada após desdobramento da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades na análise sanitária de produtos alimentícios.
Na quarta-feira, o ministério autorizou a retomada das exportações da empresa para aquela região, mas na quinta-feira a própria UE determinou a suspensão dos produtos de alguns frigoríficos brasileiros.
“Diante desta nova realidade, a BRF iniciará a revisão de seu planejamento de produção, que já considera o regime de férias coletivas em quatro de suas unidades: Capinzal (SC), Rio Verde (GO), Carambeí (PR) e Toledo (PR). Ainda é prematuro prever o impacto dessa revisão, dada a complexidade da cadeia produtiva na qual a BRF está inserida”, diz nota oficial divulgada pela companhia.