O Mercado Livre anunciou nesta quinta-feira, 29, sua estratégia de se aproximar dos polos de moda espalhados pelo país. A primeira ação está voltada ao Brás, região central da cidade de São Paulo. A empresa, voltada ao comércio eletrônico, instalou-se na região com escritório e ponto logístico para captar pequenos e médios empreendedores que queiram vender seus produtos pela plataforma. A ideia, a princípio, é atrair 400 empresas para o site, ampliando o potencial de vendas e de alcance deles por meio de um dos principais e-commerces da América Latina. A empreitada também reflete uma busca por parte do Mercado Livre para segmentos com maior recorrência de venda e, além disso, uma tentativa de brecar a expansão da chinesa Shein no Brasil.
O projeto, que ainda está em fase piloto, deve ser replicado em outras localidades posteriormente, como Franca, no interior de São Paulo, e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. “A gente acredita muito que esse piloto vai dar certo. Vamos aprender bastante com esse piloto e ter o máximo sortimento possível de todos os polos que fizerem sentido para as duas partes”, diz Julia Rueff, vice-presidente de marketplace do Mercado Livre no Brasil. “A região de Franca, que é muito forte em calçados, e a região de Nova Friburgo, que é muito forte com lingerie e roupas de ginástica, estão mapeadas. Há muitos polos no Brasil que nós gostaríamos de nos aproximar e levar esse projeto.”
Para atrair vendedores da região, a empresa diz ter dado condições como acompanhamento com consultoria ao empreendedor, ponto fixo em um dos principais shoppings da região, estúdio fotográfico, hub logístico, publicidade de produtos na plataforma e melhores condições em caso de necessidade de acesso a crédito por meio da plataforma Mercado Pago. “Crédito é uma das alavancas importantes para o desenvolvimento dos vendedores que precisam aumentar o fluxo de caixa”, diz ela.
Este ano, o Mercado Livre anunciou investimento de 19 bilhões de reais no Brasil e irá contratar 5.700 pessoas (totalizando 21 mil funcionários no país). A expansão por meio do segmento da moda é uma tentativa de trazer maior recorrência de compra ao site e aumentar a penetração do e-commerce no comércio brasileiro. Hoje, cerca de 32 milhões de usuários acessam a seção de moda na plataforma mensalmente. “O e-commerce, antes da pandemia, tinha 7% de penetração. Saímos disso e fomos para 14%. Mesmo assim, quando a gente olha para outros mercados, como os Estados Unidos, que têm 25% de penetração, e a China, com 40%, vemos que ainda há uma avenida longa de oportunidades para crescermos aqui no Brasil”, afirma a executiva.