O cantor Gusttavo Lima acaba de ter a prisão decretada pela Justiça pernambucana por suspeita de lavagem de dinheiro em um esquema das apostas esportivas.
Ministros de cortes superiores vivem frequentando eventos (que, não raro, jamais chegam ao conhecimento dos cidadãos) promovidos e custeados por empresários . Esse tipo de comportamento costuma ser fortemente criticado pela imprensa e pela opinião pública em geral.
No último dia 1º de agosto, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a presença de magistrados em eventos esse tipo atividade não traz riscos éticos. Criticar a presença de ministros nesses eventos “revela, em grande parte, o preconceito que existe no Brasil contra a iniciativa provada e contra o empreendedorismo”, disse o ministro.
Se algum ministro de corte superior estava em dúvida se deveria frequentar festas de empresários, a fala do ministro, feita no início de uma sessão plenária do Supremo, funcionou como uma espécie de habeas corpus preventivo.
No início deste mês, o ministro Kassio Nunes Marques foi curtir, al mare, a festa de aniversário do cantor Gusttavo Lima, na Grécia. Fala-se que o iate em que ocorreu o convescote está avaliado em R$ 1 bilhão. (Não está claro quem pagou pela viagem do ministro).
Talvez, quem sabe, seja o caso de o presidente Barroso reconsiderar sua posição.
P. S. Pouco depois de este post ir ao ar, dois integrantes do tribunal arbitral que julga uma disputa entre a Paper Excellence e a J&F se demitiram dando como motivo ameaças feitas por Wesley e Joesley Batista, donos da J&F. No ano passado, Luiz Roberto Barroso foi muito criticado ao ser visto batendo um papo e tomando um uisquinho com Joesley em uma festa durante o Gilmarpalooza, evento promovido pelo ministro Gilmar Mendes em Lisboa que reúne ministros, procuradores e empresários em Lisboa.
(Por Ricardo Rangel em 23/09/2024)