As mensagens recuperadas pela Polícia Federal em celulares dos militares investigados por articular um golpe de Estado em 2022 mostram que o grupo chegou a deflagrar um plano, posteriormente abortado, para, segundo a PF, capturar o ministro Alexandre de Moraes.
Os investigados chegaram a se posicionar em diferentes pontos da área central de Brasília para cumprir a missão clandestina.
Segundo a PF, os investigados usaram um chat privado batizado de “Copa 2022” no aplicativo Signal para evitar rastreamento.
“As mensagens trocadas entre os integrantes do grupo ‘Copa 2022’ demonstram que os investigados estavam em campo, divididos em locais específicos para, possivelmente, executar ações com o objetivo de prender o ministro Alexandre de Moraes. Às 20h33, a pessoa associada ao codinome ‘Brasil’ informa um dos locais em que estavam atuando. Diz: ‘Estacionamento em frente ao Gibão Carne de Sol (um restaurante no Parque da Cidade). Estacionamento da troca da primeira vez’. Em seguida, a pessoa associada ao codinome ‘Gana’ informa que já estava no local combinado: ‘Tô na posição’. O interlocutor ‘Brasil’ responde ‘Ok'”, relata a PF.
“Às 20h57min, ‘Austria’ diz: ‘Tô perto da posição. Vai cancelar o jogo?’, possivelmente querendo saber se a ação iria ser cancelada. Cerca de dois minutos depois ‘teixeiralafaiete230’ responde: ‘Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui ainda…’. As trocas de mensagens indicam que os interlocutores estavam em locais distintos, conforme um planejamento organizado anteriormente”, segue o relato da PF.
Não há, nas mensagens, uma explicação sobre o motivo de a ação ter sido abortada.