Telegram promete implementar mecanismos contra fake news no Brasil
Em reunião com TSE, vice-presidente da plataforma diz que monitoramento de conteúdos publicados em grupos será adotado de forma inédita
Sob a mira da Justiça Eleitoral por permitir a proliferação de fake news, o Telegram anunciou nesta segunda-feira que vai adotar medidas pioneiras no Brasil de combate à desinformação nas eleições deste ano.
Em reunião com o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, o vice-presidente da plataforma, Ilya Perekopsky, garantiu que as iniciativas já estão sendo desenvolvidas e que o monitoramento de conteúdos publicados em grupos de usuários será adotado de forma inédita.
A partir da experiência brasileira, a ferramenta será replicada para outros países que também enfrentam ameaças à democracia por meio da disseminação de conteúdo falso, disse o executivo russo.
Perekopsky explicou que as postagens identificadas como descontextualizadas ou falsas serão marcadas como “potencial desinformação” num aviso para os usuários.
Esse conteúdo será, então, encaminhado aos canais das agências de checagens de fatos no Telegram para análise e divulgação do fato verdadeiro. Os próprios usuários também poderão marcar e denunciar à plataforma materiais com suposto teor desinformativo, a fim de que sejam analisados e, se for o caso, desmentidos.
Em março deste ano, o ministro do STF Alexandre de Moraes — e vice-presidente do TSE — mandou suspender o funcionamento do Telegram no Brasil após a plataforma não cumprir decisões judiciais que haviam determinado remoção de conteúdo e bloqueio de perfis que disseminavam fake news.
Dias depois, a empresa cumpriu as determinações — o que incluía derrubar um post de Bolsonaro no qual o chefe do Executivo compartilhava uma investigação sigilosa envolvendo ataque hacker ao sistema do TSE — e Moraes suspendeu o bloqueio ao aplicativo.