Os 47 votos “sim” que confirmaram a indicação de Flávio Dino ao STF no plenário do Senado ficaram na banda inferior das projeções do governo Lula. O vice-líder Jorge Kajuru (PSB-GO) contava 50 apoios antes da votação. O relator, Weverton Rocha (PDT-MA), dizia haver até mais de 50 votos “firmes” a favor do conterrâneo.
O painel de votação – 47 a favor, 31 contra e duas abstenções – sedimentou a certeza de que o empenho pessoal de Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre evitou o pior. Foram muitas conversas com senadores independentes e da oposição na residência oficial e no gabinete da presidência do Senado nas últimas semanas para garantir o resultado.
Pacheco, inclusive, deixou o abrigo regimental que permite ao presidente da Casa manter-se imparcial e participou da votação – com voto “sim”, presume-se.
O placar apertado reforça a premissa de que qualquer iniciativa do governo no Senado parte do patamar de 38 votos contrários. Se, no frigir dos ovos, os votos “não” forem menos, é porque houve articulação do chefe da Casa e de seu núcleo duro de aliados – sempre coordenado por Alcolumbre – para viabilizar a proposta em questão.